"Eu vou mas volto", diz. Volte, meu caro. Volte sempre, que eu também por lá passo.
EpiCurtas
«O prazer é o principio e o fim de uma vida feliz.» Epicurus
sexta-feira, agosto 29, 2003
segunda-feira, agosto 25, 2003
«Estão Verdes, não prestam. Só os cães as podem tragar.» Relembro aqui a famosa frase, de La Fontaine, proferida pela raposa ante a “alta latada”. Relembro esta frase a propósito de todos os “cães” que “ladrando” vão acerca dos mil defeitos do Alvalade XXI. Estão Verdes, não prestam. Só os cães as podem tragar.
Só eu sei, porque não fico em casa!!! E já cá cantam mais 3 pontos. ______________________________________________________________________
Notas marginais: 1) O Luís Filipe é (está?) uma nódoa… 2) Tristemente, parece que o Sá Pinto está queimado com o Fernando Santos à frente da equipa… 3) O Polga está, presentemente, a anos-luz do Hugo (!!!), o melhor central em jogo no Sábado…
Justiça. Será que alguém é capaz de me explicar o porquê das férias judiciais num país com processos a prescreverem por falta de resposta adequada da justiça.
Eu gosto do Pedro Strecht. Já aqui tinha dito que gosto do Juiz Rui Teixeira. Hoje, a propósito do texto de Daniel Sampaio, na revista Xis do Público de Sábado, venho afirmar aquilo já devia ter afirmado: Eu gosto do Pedro Strecht. E dizer que, de facto, não surpreende nada que tenham tentado denegrir o mais privilegiado interlocutor das crianças vitimas das sevícias de um bando de filhos da puta. Espero que a Justiça seja, em atenção a essas crianças, absolutamente impiedosa e o mais célere possível. Noto com alguma apreensão o “desaparecimento” do tema das páginas dos jornais…
Gerry. De Gus Van Sant é uma valente estopada!!! Aposto que haverá por aí um sem número de intelectuais de esquerda que rumaram, em culto, ao Ávila, nestes 3 últimos dias…
Onde achou JUDAS as botas? Será que alguém, na blogosfera, tem ideia de onde pára essa figura que dá pelo nome de José Luís Judas?
sexta-feira, agosto 22, 2003
Desabafo.
Voltámos a casa depois de um imenso dia de trabalho na mina; só me apetecia descalçar estas botas e abandonar-me à preguiça no sofá da sala. O Contente – que por certo sofre de hiperactividade! – lá vinha empenhado na cantoria… Eu vou, eu vou, para casa agora eu vou, pararatchibum, pararatchibum… Não se calava. Pudera. O dia inteiro fora da mina a arrumar o minério debaixo de um sol primaveril, radioso, com cheiro de flores. Estivesse ele lá dentro, como eu, com a picareta na mão o dia todo e com o aquele outro palerma sempre a espirrar, sempre a espirrar. Compreenderiam, se estivessem no meu lugar. Foi mais forte que eu. O gajo à minha frente, sempre a cantar. Foi muito subtil. Um ligeiro toque no pé e lá se foi o Contente. Deu um trambolhão digno de televisionamento. Foi num ápice que se lhe foi a vontade de cantar…
Chegámos finalmente a casa e eis que o pior estava ainda para vir. Um flausina com ar de sonsa estava lá em casa toda chorosa. Nem vale a pena dizer… o Simpático correu logo para a consolar (desde que a Lili lhe deu a tampa, não pode ver uma burra de sais…). Sentaram-se os dois no sofá da sala. Claro! E eu que me lixe! Com irmãos como estes fico confuso sempre que ouço falar em Fraternidade! Ainda tive que ir à horta buscar tomates para fazer uma salada… diz que é vegetariana… a princesa!!! (só se ficou vegetariana depois de ficar com o rabo daquele tamanho!)
A noite toda naquilo!
No dia seguinte esperei a D. Elvira, que vende fruta ao domicílio, cem metros abaixo da nossa casa. Que simpática é! Caiu, prontamente, na armadilha… Enquanto a recompunha da inusitada queda, alertando-a para o perigo de alguém com aquela idade andar por ali sozinha, verti o 605 forte que tinha, no dia anterior, trazido da arrecadação da horta.
Pobre D. Elvira! Acusam-na, agora, de ser uma bruxa má…
Zangado
Exercício.
É certo e sabido que cães de Pekim e cães de Pekão
obedecem-me agora muito menos.
Sem unidade, resvalam
por trás de muros da cidade.
Vi que não há natureza,
ora surgem uns tantos pássaros, ora uma ideia negra.
Tinha valido a pena, depois de tudo isto,
ver corações com um só propósito
levantarem-se entre os habitantes.
Que pensar do aleijado que odeia os bailarinos?
No posts. Com um computador quase "de molho" e entretido com a Trilogia de Nova York, de Paul Auster...
quinta-feira, agosto 21, 2003
Eu Confesso. Já fui militante, presidente e conselheiro nacional de uma organização política de juventude da direita democrática portuguesa. Fui, enquanto lá andei, acusado de ser de extrema-direita, aparentemente por ser pouco contido nas afirmações, virulento nas propostas e pouco domável pelo status quo, muito mais do que por questões realmente ideológicas. Seriam lá eles capazes de discutir fosse que ideologia fosse… Basta ouvir a maior parte dos políticos. É absolutamente piramidal a construção e disseminação do argumentário partidário. A verdade é que, na altura, já me apetecia pensar pela minha própria cabeça. E a inquietude e indomabilidade eram já características minhas. Mas voltemos ao que me traz a este post. Fui simpatizante da ideologia Integralista. Ainda lá tenho em casa algumas primeiras edições do António Sardinha, do Luís de Almeida Braga, do Conde de Monsaraz (filho). Li Maurras, Michels, Le Bon, D’ Anunzio. A vida, mas sobretudo a reflexão e a coragem de mudar, conduziram-me a outras convicções. De resto, nem sequer muito divergentes de alguns pontos de partida que alguns deste autores tomam. Contudo, consideravelmente distintas no que às propostas políticas que, sobretudo, a maior parte dos seus seguidores advogam. Há, de resto, uma afinidade estética com alguns desses autores que coexiste, actualmente, em mim com outras referências, digamos, menos tradicionalistas. Mas coexiste. Para dizer que, apesar de discordar largamente da forma de estar de do Manel alentejano, leio o Sexo dos Anjos. Gosto de lá ver a poesia desse outro alentejano, o Sardinha. Gosto de sorrir ante a pena que corre fácil a expor as ideias. Gosto de ver Évora presente. Não gosto de outras coisas… como o link para o PNR, e outras predisposições que lhe adivinho… mas a vida é feita destas coisas.
Ein Kampf. Um combate*, de Suskind - o autor de Perfume -, é um conto genial em relação ao qual vi poucas referências. É a história de um jogo de xadrez. De um veterano e invicto jogador e de um garboso e jovem desafiador. Daquele todos sabem ser imbatível, deste ninguém sabe rigorosamente nada. Apenas o que a pose permite adivinhar. É uma história sobre as aparências, sobre as convicções, sobre vitórias e derrotas. Uma história para nos fazer reflectir sobre a nossa sociedade. A este propósito deixo aqui o Calvin&Hobbes em mais uma extraordinária pérola da contemporaneidade.
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* Salvo erro o conto está publicado pela Asa com o título Um Combate e outras histórias.
Fim de tarde no Chapitô* [Esplanadas]. O ruído é persistente. O espremedor de fruta. As conversas que polvilham e em conjunto enchem o espaço. Conversas dispersas. Atentas. Ou não. O choro de uma criança. Um copo que cai. A música que, ao fundo, marca o ritmo da dolência. Melhor: desafia-o. “This is so quiet” – diz alguém. A realidade é, indiscutivelmente, um estado de espírito.
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* Contribuindo para as descrições de esplanadas propostas pelo Praça da República e que já teve no post Quem Com Ferros Mata, Com Ferros Morre início no EpiCurtas.
quarta-feira, agosto 20, 2003
Agradecimentos atrasados. Vários foram já os blogs que acrescentaram o EpiCurtas às suas listas de blogs recomendados. Alguns foram já, aqui, alvo de comentário, outros figuram aqui à esquerda na minha lista. Outros não. E é, sobretudo por esses, que escrevo este post. Para os devidos agradecimentos e para lhes dizer que os leio, eventualmente sem extrema regularidade, mas que passo por lá de quando em vez. Para lhes dizer que, porque é razoável que assim seja, os aditarei prontamente à coluna dos links. Sei que alguns de vós não têm escrito, terão, eventualmente, ficado pelo caminho... Se vos serve de algo, quero dizer-vos que lamento. Ao contrário do Eduardo Prado Coelho acho que não há provas a prestar para escrever. Basta que haja vontade. Alguém vos lerá... Agradeço, portanto, sem nenhuma ordem particular a todos vós. Aviz, Resistência Islâmica, Praça da República, 5 Minutos, Fumaças, Ao Sul, Contesta, Socio[b]logue, O Triunfo dos Burros, Acho Eu, De Direita, Jaquinzinhos, Mar Salgado, O Carimbo, O Tasco do Martins, Não Lugares, AlVino, Nausea, O Blog do João.
Os blogs e os motores de busca. A proliferação de blogs traz um enorme problema de data mining aos motores de busca. E ainda maior aos que os utilizam na senda de informação. Os bloggers falam um bocadinho de tudo, pelo que aparecem nas mais estranhas buscas. De entre várias formas de dar com o EpiCurtas no Google.com temos, por exemplo, estas:
(ana malhoa é prazer)
(a opus dei ama a homossexualidade)
(sexo desenfreado com um preto)
(sexo anal no intendente)
Desde já, e de face coberta pela vergonha, peço desculpa a todos os que, atempadamente, me acusaram de depravado sem que eu tivesse aceite tal epíteto…
Comentários. Relembro, aqui, o primeiro post do EpiCurtas:
MASTURBAÇÃO. Os web logs configuram-se como espaços privilegiados de masturbação. Conversas ensimesmadas, propositadamente descuidadas face à privacidade das mesmas... Para os que, à guisa de voyeurs, ousarem espreitar pela nesga da porta cuidadosamente deixada aberta, aqui me têm a masturbar com as duas mãos; num rasgo de exibicionismo! Tyler07Durden
Hoje, o EpiCurtas, a título experimental, inaugura um sistema de comentários. Estão, portanto, convidados a participar nesta orgia de palavras e ideias.
LUTO. É uma pena que o mundo esteja submerso numa nuvem de violência. Que à violência a única resposta que “nos” ocorra seja mais violência. Que a violência seja tão banal, quase ficcional. Que já quase não “nos” toque. Que seja preciso que nos toque efectivamente, bem próximo, para que nos lembremos de lamentar, de expressar consternação por grandes homens, por gente inocente, por gente que sucumbe a vilanias e demências. É uma pena que o sofrimento dos outros sirva para ajeitar argumentos para legitimar o sofrimento de mais uns quantos. Tiranos. É uma pena que alguns defensores da paz soem a outras coisas que aparentam ser, para eles, mais importantes que propriamente a paz. Hipócritas. É uma pena que os verdadeiros defensores da paz não tenham solução para isto. E que a simples prática da mesma não seja suficiente. Que seja brutalmente esmagada. Impotentes. Tocará a todos. Ainda mais perto. Baterá a todas as portas. A todas. De todos nós. E nessa ocasião… que Deus nos dê força para não sermos tomados pela Ira.
terça-feira, agosto 19, 2003
De Direita. Noto ainda outro post. Sobre a Nova Lei de Televisão. Também assino por baixo. E já estou mesmo a imaginar o "comitézinho de sábios do sistema" liderados pelo inefável Eduardo Prado Coelho.
Moral e bons costumes. O De Direita traz-nos um velado manifesto anti-proibicionismo. Registo com muito agrado e desde já assino por baixo. Acrescento ainda, caro De Direita, que o mesmo estímulo que norteia este tipo de censuras, contra as quais tão justamente se pronuncia, desde sempre teve suporte no tão conhecido princípio de bons costumes da sociedade portuguesa: "públicas virtudes, vícios privados"! De resto, tão conveniente e grotescamente ilustrado, no filme exibido pela RTP2, no passado Domingo. Os 120 dias de Sodoma de Pier Paollo Passolini. Mesmo a tempo... não vá a moral e os bons costumes, outra vez em crescendo, indignar-se com estes Patos com Laranja!
Romance de recordações e memórias. Sou pouco dado a classificações formais da literatura ou de outra coisa qualquer. Por duas razões. Por incomensurável insuficiência de leitura – no caso da literatura. Por pedante desinteresse num saber sistémico, arrumado e cristalizado. Mas gosto de ler. Gosto de comentar o que leio. De perscrutar intenções, de adivinhar influências ou simplesmente de me deixar envolver pela narrativa. Mobilizando todos os sentidos. Ajustando imagens, imaginando cheiros e formas, agonizando ou exultando, lançando-me em introspecção ou simplesmente exteriorizando o que quer que seja. Sobretudo adoro partilhar a leitura. Sou daqueles inomináveis que a toda a hora quer ler ao outro “só esta passagem”. Não é C.?
Hoje falo-vos do livro que estou a terminar. Um livro que me apetece classificar, livremente, como o senti: um romance de recordações e memórias. Mais do que um romance histórico ou a narrativa de uma demanda, Lourenço Marques é um registo de memórias. Memórias reais ou inventadas. Mas memórias. Um rol de referências, de apelos do e ao passado. Uma viagem a um local onde nunca estive, num tempo que nem sequer vivi. Mas uma viagem que me leva, apesar de tudo, lá. A esse tempo. A esse lugar. É assim a literatura. Uma vez mais, obrigado, Francisco.
Não Lugares. Apenas a referência de um novo blog. O Não Lugares é o blog de um amigo que se intitula Juan Istallas. É um blog que, haja tempo, poderá assumir um papel interessante na blogosfera. Ou não. Não interessa. O potencial está lá. Não tem dividas para com ninguém. O que vier, venha por bem. Ou por mal. Mas venha. Benvindo, Juan.
segunda-feira, agosto 18, 2003
1 de Janeiro. Proponho que, a bem da mudança - aquela que sentimos premente e ansiamos presente, aquela que urge e dentro de nós ruge -, seja declarado o dia de hoje, 18 de Agosto de 2003, 1 de Janeiro do ano do resto das nossas vidas.
Encetar. Porque é que as grandes resoluções são sempre proteladas? Porque é que os grandes empreendimentos têm sempre que ser “grandes”? Porque é que planeamos mudar de vida? Deixar de fumar? Ter filhos? Plantar uma árvore? Escrever um livro? Auxiliar os outros? Porque é que simplesmente não mudamos, deixamos, temos, plantamos, escrevemos, auxiliamos? Porque é que usamos o futuro? Mudarei. Deixarei. Terei. Plantarei. Escreverei. Auxiliarei. Porque é que não somos todos alentejanos? Nem os próprios alentejanos… Porque é que não estamos todos mudando, deixando, tendo, plantando, escrevendo, auxiliando? Sem grandes pretensões… só a de ir vivendo!
Que torpor! Assalta-me um abrupto torpor neste regresso ao real. Com descrições cinzentas, esbatidas. Como se o que é a sério fosse o albardamento à vontade de quem nos paga, para que recebamos aquilo de que necessitamos a fim de que, a prazo, possamos gozar, realmente, o imaginário que buscamos nos intervalos do que é, actualmente, a realidade. É como que uma resignação à quase indesmentível entrega da vida a uma espera pelos dias que um dia virão… Que torpor!
De volta. Entre ocupações de férias e o ataque do MSBlaster estive ausente da blogosfera. Estou, novamente, de volta.
sábado, agosto 09, 2003
“Quem com ferros mata, com ferros morre”, toca o balancé infantil antes de encetar a cantoria. Que acompanhará a dança e alegrará a criança. Surreal! “Será normal?!” Guerra Junqueiro. A avenida. Quinze minutos de esplanada. Não, não era a Mexicana. Oito indigentes. Dos oito, sete agarrados, jovens, e uma idosa de 80 anos. Pedem esmola. De entre eles, uns intimidam, outros limitam-se a pedir. Uns provocam e desafiam. Outros resignam-se e vão. Ela suplica em atenção à idade, ao desaparecimento do marido, à parca reforma. Vocifera contra a maldade do mundo, os incendiários. Tias para cima. Tias para baixo. Muita cosmética. Exteriores sinais de riqueza. Suuuuuuuuuper bem parecer. Eu e outros a esplanar… Desocupados. Poucos a trabalhar, mas afanosamente. Para a frente e para trás. “Um batido de maracujá”. “Um café com adoçante.” “Uma torrada, não muito queimada, e um néctar de pêssego.” “A conta fáchavor.” “Olhe, a torrada veio muito queimada.” “Esta velhota não tem vergonha… recebe duas reformas e anda aqui a pedir.” O entardecer de um Sábado de Agosto, na Guerra Junqueiro. Lisboa. Retrato de um Portugal doente. Superficialidade, maledicência, arrogância. Drogados e idosos maltratados. “Quem com ferros mata, com ferros morre.” Morrerá?
sexta-feira, agosto 08, 2003
Sexo desenfreado. O CG, do Constesta, por mail, lança-me a provocação: «Às vezes não percebo se T07D fala de futebol, de agremiação ou de SEXO LOUCO E DESENFREADO!» Oh, meu amigo!!! Então o meu amigo não sabe ler? O titulo do blog é EpiCurtas, a descrição é "Pelos prazeres da vida...", acha acaso que os únicos prazeres são os charutos, a gastronomia, a arte, o futebol, as discussões de ideias, o humor, etc.? É claro que falo de SEXO DESENFREADO, carago!!!
Religiões. Quero aqui afirmar, para quem lhe sobre alguma dúvida, que estas breves discussões com o Católico e de Direita e com o Cristão Praticante não representam qualquer predisposição para atacar a igreja Católica ou qualquer outra, seja ela cristã ou não. Tenho amigos católicos e eu próprio já fui católico… mas sobrou-me pecado e, para viver no Inferno da culpa, já me basta a consciência das coisas más, não precisando de alinhar num eterno e quotidiano auto-flagelo por incumprimento das virtudes que me faltam… Bem sei que a Igreja Católica não é só isto, que aliás, para muitos, não é sequer isto. A verdade é que, ainda que crente em Deus (e no Diabo, também…) e amante da obra Cristo tenho incompatibilidades difíceis para me sentir tranquilo de consciência na Igreja. Rogo, de resto, que me creiam. Manifestei, noutra altura, solidariedade para com a Resistência Islâmica face aos vis ataques de que foi sendo alvo. Não me pronunciei sobre a questão do Sionismo desencadeada pelo FJV, no Aviz, por absoluta e profunda ignorância e até porque as tentativas de alguns de branquearem o Holocausto é tão ignóbil que falam mais por eles próprios que propriamente sobre o assunto que querem tratar. De resto, neste caso, procurei calma e esclarecimento para escrever um merecido post. Mas o discernimento para dizer tudo e fazê-lo bem não chegou.
Sporting. Uma amiga pede-me, por mail, para reconsiderar e dizer, afinal, algumas palavras sobre o assunto do post Sem Palavras. Pede-me, em suma, que descreva o que vi e o que senti, agora a frio, na noite de 6 de Agosto, aquando da inauguração do Alvalade XXI.
Não consigo, cara amiga. Há coisas que, efectivamente, não consigo. Logo nos primeiros tempos do EpiCurtas anunciei aqui a minha irracionalidade face à questão. Sei bem como os Júlios Dantas deste país, ante esta minha devoção religiosa ao Sporting, respondem! «Louco?! Não só louco, como louco de encarcerar!», dirão. A relação que tenho com o Sporting é a manifestação de um sentimento primário, básico. É a manifestação de tribalismo. De defesa indefectível de um grupo. É, quase sempre, uma manifestação cega. Quem sabe senão perigosa… Mas é uma devoção incondicional. Uma incondicional identificação com a máxima do clube, uma máxima que diz «Esforço, Dedicação, Devoção e Glória». Por esta ordem. Com a certeza que é possível haver Vitórias sem Glória. Mas que o Sporting luta para alcançar esta e não aquelas. A Glória que só decorre de um forte sentimento de Devoção, que só é possível com uma imensa Dedicação, e onde só se chega por via do Esforço; como todas as coisas verdadeiramente grandes, verdadeiramente importantes!
E quando assim é, por mais elevados que possamos ser, por mais racionais, por mais eruditos, por mais distintos que noutras ocasiões e espaços consigamos ser, quando assim é… quando assim é somos absolutamente indiferenciados, perdemos a distinção para sermos um entre pares. Pares que vibram, que exultam, que sorriem e se impressionam, pares que sofrem, que choram e que desalentam. Mas pares que, no Sporting, não desistem. Não desistem nunca! Mesmo que acossados! Mesmo que sozinhos. Sozinhos no meio do relvado. Mesmo que derrotados. Mesmo assim, com Glória!
E é também por isto, pela demanda deste sentimento irracional, demente e de entrega incondicional, que, apesar de violência latente – que também é parte da humanidade -, é junto das claques que vejo os jogos. Na Curva. Porque enquanto que a Central é fria, polida, racional e educada, a Curva é quente, irreflectida, irracional e desassombrada. E é assim que eu sinto o Sporting.
Como é que, neste quadro, queres que te diga o que vi e o que senti, nesta noite recente, e para sempre inolvidável, de 6 de Agosto? Numa noite em que o meu clube, uma vez mais, foi pioneiro no desporto em Portugal. Numa noite em que foram evocados os fundadores. Numa noite em que se homenagearam os atletas. Numa noite em que o Jesus Correia – esse atleta superior - deu o pontapé de saída. Numa noite em que a equipa se entregou ao jogo e nos brindou, mais que com futebol, com um recital de violino. O que é que queres que te diga sobre um palco de sonho? Como é que queres que te expresse um sentimento? Quando o sorriso que me tomou o lábios e o coração, no momento em que assomei ao estádio, persistiu até ao fim. Quando as lágrimas ameaçaram os olhos e o peito deu um nó.
Já sei… «Louco?! Não só louco, como louco de encarcerar!» Mas a isto a única coisa que me ocorre dizer, lembrando um nome que trazia escrito na T-Shirt escolhida propositadamente para a ocasião, é «Morra o Dantas, morra, Pim!»
quinta-feira, agosto 07, 2003
Cristão Praticante. O Cristão Praticante manifestou-se e obriga-me a alguns esclarecimentos. Sei bem - ou pelo menos adivinho - como o Inferno está cheio de provocações... Já noutra ocasião tinha tido oportunidade de dizer ao Católico e de Direita que sou um pecador de 7 vezes ao dia... e de quase todos os 7 pecados mortais... Não há, portanto, grande coisa a fazer pela minha alma... Tão só rezar para que salve! Agora mais importante: eu também respeito as ideias dos outros. Aliás, face a vós - perdoar-me-á a torpe generalização... -, até julgava QUE EU É QUE respeitava os outros... Ouça, o que eu não gosto é de imposições de vontade, de gosto e de juízo! E isso é que o meu caro CP não consegue evitar quando diz que é "contra a opção de vida" e quando diz que "não quer dizer que [essa opção] seja aceitável". As pessoas são livres de tomar as suas opções. Eu, por exemplo, jamais me imaginaria numa relação homossexual, com um cachecol do Benfica ou a votar no PCP... mas nunca me passaria pela cabeça quer impedir alguém de o fazer. Até porque eu não tenho nenhum problema em aceitar opiniões diferentes... a menos que estas visem limitar a liberdade individual, de gosto e de valor dos outros. Finalmente e quanto às coisas que nos aproximam. Não é só o Sporting que nos aproxima. Se tivesse estado atento, há algum tempo atrás, fiz referência a um post seu sobre o GADS, manifestando a minha total concordância consigo. E isto não me choca nada! Os melhores cumprimentos. [e como tinha feito notar... quanto à homossexualidade: tenho dito!]
SEM PALAVRAS, #2. Recebi alguns mails motivados pelo teor da fotografia alusiva à festa, de ontem, em Alvalade. Que não gostavam... Não viam particular interesse numa fotografia que ilustrava um preto a beijar um branco e ainda por cima do mesmo sexo! É curioso... Não me lembro de ter recebido mail algum a pronunciar-se contra a fotografia das jovens que, abaixo, se beijam na boca - excepção feita ao Católico e de Direita que, de resto como se previa, coerente, não gostou e tornou isso público. Isto serve, contudo, para uma actualização da declaração de princípios do EpiCurtas. A juntar ao facto do EpiCurtas ser de direita, do Sporting e epicurista, o EpiCurtas não é homófobo nem é racista.
Allez, Allez. Parece que o Anarca está confuso sobre a razão do Allez, Allez, Sérgio Conceição, Allez, Allez... Não compreendo a dúvida... Então o homem não vai jogar na Lazio?! E a Lazio não vai jogar com o Glórias? Allez, Allez, Sergio Conceição, Allez, Allez.
Certas direitas, patologias e stand-up comedy. O Anarca Constipado é que os topa bem...
quarta-feira, agosto 06, 2003
Ainda a homossexualidade. O Católico e de Direita, o Cristão Praticante, a direita poeirenta, a esquerda pedante e antiquada, os homofóbicos ansiosos, o Portugal hipócrita, as beatas coscuvilheiras, o Portugal machista e toureiro, alguns ignorantes, uma infinidade de intolerantes, os prosélitos da santidade, a maior parte dos taxistas, milhares de portugueses… Todos contra a “disfunção comportamental” da homossexualidade! Argumentos não bastando e sugestão de discussão do artigo do Andrew Sullivan não aceite pela blogosfera, encerro hoje, em princípio, este assunto. Faço-o jocosamente, como merecem. Eles não gostam disto…
Eu gosto!
Viagem de Metro. “Próxima estação: Roma”. Entrou. Óculos de sol a esconder maus-tratos. Olho inchado, ensanguentado. Que se vislumbra, de viés, mirando-lhe o perfil. Movimentos lentos de cabeça. Palavras sopradas a custo. Sibiladas. Os cantos da boca descaídos manifestando uma tristeza atordoada e a envolvente dos lábios inchada, sem jeito. Desloca o corpo com o mesmo torpor com que fala; melhor, sussurra. Traz vestida uma saia. Transparente. Muito. De bainha em viés, a terminar em folhos. A cintura descaída e a blusa subida escancaram o umbigo aos olhares. Por sobre a cintura, francamente acima do cós da saia, vê-se uma tanga pérola. Estreita, a subir das íntimas partes. A adivinhar-se suave. De seda. Vêem-se claramente as pernas. As formas. Sapatos de salto alto abertos. Com finas tiras a contornar o tornozelo. Efectivamente não cheira, mas parece que cheira. A sexo. Sexo pronto. Pronto a consumir e pronto. Saia de tiragem rápida. Fio dental que se arreda. Corpo que não resiste. Que se oferece. Que se vende. Que se usa e de que se abusa. Efectivamente só cheira a transpiração. A transpiração de um dia quente, certamente difícil. Certamente igual aos outros. As unhas dos dedos das mãos são maltratadas. Cortas ao limite. Com os dentes. Com malhas ordinárias de um verniz com que almejou tornar-se diferente. Lampejo fugaz da ténue esperança que a espaços se lhe acende alvitrando o possível regresso da felicidade que lê e que anseia para si. Que lê no romance de cordel que transporta consigo na mão direita. Enquanto a esquerda, sinistra, tomba no seu colo agora que se sentou. Abandonada. Abandonadas. Ela e a sua mão sinistra. Dum braço sinistro. Com as marcas evidentes das agulhas que lhe tecem a vida. Um braço frágil, que a aparta dos sonhos, fortemente apertado por uma cobra, em espiral, de prata. Símbolo da perfídia. Da tentação a que sucumbe. “Próxima estação: Intendente”. Saiu…
terça-feira, agosto 05, 2003
AlVino. Este home do nuorte chama-me masturbador e lírico, carago!!! Lírico?! Lírico?! Masturbador ainda bá lá que num bá, agora lírico?! Oh murcon, bai dar uma bolta ao bilhar grande, canudo!!! Bai chamar lírico ao BenniMacarti e ao Tripeirinho... Eles é que dizem que bão ser campeões!!!!
Outra vez a Direita, a Homossexualidade, o Respeito pela Diferença e a Liberdade. São conhecidas as posições em defesa dos direitos dos homossexuais – nomeadamente ao casamento – do blogger conservador norte-americano Andrew Sullivan. Uma visita ao seu blog pode ser uma verdadeira lição de tolerância e respeito pelos outros.
Leiam este post:
EMAIL OF THE DAY II: From a Catholic priest urging me to hang in there:
I know...
Times are terrible...
The church says gay people are not permitted to get married, ordained, or adopt children. All prohibitions. Not one statement of moral guidance or recognition. Negation only.
I don't know what to say or think myself.
I wish I could be more encouraging.
I take refuge in conscience (which the tradition treats with utmost respect), and in my belief that the church is larger and older and wiser than one segment, no matter how powerful and officially sanctioned its self-defined role. The Church cannot be contained or proscribed as the narrow experience of what the magisterium teaches. It is all of us. It is the communion of saints. It is the holy spirit alive in the world. And, I suppose, I am just stubborn enough not to let them reduce my church to this...
I am so grateful to all of you who have reached out these past few days. It's been amazing. I've just spent four hours reading your missives. Somuch extraordinary support, compassion, intellect, encouragement. Sometimes, this blog feels like a family. I'm awed and buoyed.
- 10:35:05 PM
Há sinais de esperança. Sinais que nos dizem que nem todos os católicos de direita são Católicos e de Direita! Sinais que há católicos para quem a felicidade de todos é mais importante que a imposição de condutas morais de alguns. Sinais que há gente de direita para quem a liberdade é mais importante que a imposição da ordem.
Ultimas palavras e epitáfios.
JPP traz-nos lindíssimas palavras de João Pulido Valente; daquelas que dão um nó no estômago. Para o desatar aqui ficam alguns epitáfios:
“Desculpem-me se não me levanto, senhoras” Groucho Marx
“RIP, RIP, Hurra!!!” Groucho Marx (a sua sogra)
“Na morte deixem-me entregue aos lobos; já estou habituado” Diógenes
“Só peço a Deus que tenha piedade com a alma deste ateu.” Miguel de Unamuno
“Se não vivi mais foi porque não tive tempo” Marquês de Sade
“Aqui jaz minha mulher, fria como sempre” Anónimo
“Aqui jaz meu marido, finalmente rijo” Anónima
“Com amor de todos os teus filhos, menos do Ricardo que não deu nada.” Anónimo
“A meu marido, falecido após um ano de matrimónio. Sua esposa eternamente grata.” Anónima
“Falecido pela vontade de Deus e ajuda de um médico imbecil” Anónimo
“Finalmente deixei de fumar!” Anónimo
Adenda ao post sobre a Escola Profissional Bento de Jesus Caraça em Castro Verde. Pede-me o Anarca Constipado que explique melhor este post. Oh meu caro amigo, não há nada para explicar… Imagine duas famílias. Um conflito insolúvel. Uma vendetta. Nada que Shakespeare, Copolla ou Scorcese não tenham tratado exaustivamente. As famílias não se chamam Capuleto ou Corleone. Chamam-se Ortodoxos e Renovadores.
Das agruras da escrita.
Sobre o paradoxo mais elementar da escrita: o conflito entre a carecida “serenidade” para o acto e o reencontro do escritor com o seu “estômago”.
Uma passagem do Diário de um dos meus escritores favoritos, o incontornável Kafka: «23 de Setembro. Esta história O Processo, escrevi-a eu de um jacto durante a noite de 22 para 23, das dez da noite às seis da manhã. Quase não conseguia tirar as pernas de debaixo da secretária, tão rígidas elas estavam de estar tanto tempo sentado. A terrível tensão e alegria, a maneira como a história se desenvolveu perante mim, como se eu estivesse a andar sobre as águas. Várias vezes durante a noite senti o peso às costas. Como tudo pode dito, como há para tudo, para as mais estranhas fantasias, um grande fogo à espera em que elas perecem e renascem outra vez.
Como ficou azul do lado de fora da janela. Rolou por ali uma carruagem. Dois homens atravessaram a ponte. Às duas horas olhei para o relógio pela última vez. Quando a criada atravessou a antecâmara pela primeira vez eu escrevi a última frase. Fechar a luz e a luz do dia. As dores leves em redor do coração. O cansaço que desapareceu a meio da noite. A trémula entrada no quarto das minhas irmãs. Leitura em voz alta. Antes disso, espreguiçar em frente da criada e dizer: “Estive a escrever até agora”. O aspecto da cama intacta, como se tivesse acabado de ser posta ali. A convicção confirmada de que com o escrever este romance me encontro nas planuras vergonhosas da escrita. Só desta maneira é que se pode escrever, só com uma coerência destas, com esta abertura total do corpo e da alma.»
O acto da escrita é doloroso. É um processo de auto-bloqueio, de elevada ansiedade, de desconforto físico, de abandono, de incubação, e, finalmente, finalmente, de encontro, de resolução, de serenidade devolvida. Ainda que uma serenidade pronta a quebrar-se ante a permanente insatisfação do escritor, mas isso são contas de outro rosário. Mas para encetar este processo é necessário serenar. E a serenidade é pouco propícia e convidativa ao necessário desequilíbrio de encontro com o “estômago”. Mas há mais. Há o iniludível facto de na escrita de cada um de nós se esconder uma infinidade de impostores. Falsos nós. E quando importa que o eu verdadeiro caminhe ligeiro e seguro na vertiginosa e ténue linha que medeia a serenidade e a angústia do encontro com o “estômago”… quando é assim, a maior parte de nós não chega lá: desequilibra-se e cai!
segunda-feira, agosto 04, 2003
Escola Bento de Jesus Caraça decide fechar pólo por falta de viabilidade económica - Ensino profissional encerra no concelho de Castro Verde. Esta é uma notícia triste. Triplamente triste. É uma notícia triste porque anuncia o termo de uma iniciativa de mérito que procurava levar a uma região com conhecidos estrangulamentos e falta de empreendedorismo um projecto audaz, com pernas para andar e radicalmente diferente das usuais soluções infinitamente testadas e infinitamente fracassadas de que, ao longo de anos, o Baixo Alentejo tem sido palco. É uma notícia triste porque anuncia um processo disciplinar a um homem de vistas largas, elevada competência pedagógica, obra feita e coragem e força para fazer mais e fazer diferente. Carlos Pedro, à frente da delegação da Bento de Jesus Caraça, em Mértola, prestou um excelente serviço a instituição, ao município, à região e, sobretudo, aos jovens que por lá passaram; por isto, estes falarão por ele… É uma notícia triste porque mais uma vez se prova que vivemos num país miserável em que os verdadeiros valores são reiteradamente menosprezados em prol de toda uma claque subserviente, alinhada e cabisbaixa. Uma vez mais, e isto sou eu a adivinhar, guerrinhas partidárias internas no PCP resolvem penalizar Castro Verde, o Alentejo e Carlos Pedro.
Carlos Pedro, sabes que há gente que está contigo. O teu valor está muito acima destas pequenas vaidades e destas inomináveis práticas. Um grande abraço.
O lado negro da literatura, #4.
Ambroise Bierce 1842-1914 (desapareceu). Combateu pelos Unionistas na Guerra Civil e foi jornalista. É autor de curtas histórias. Entre as suas obras consta: Devil's Dictionary (link aí ao lado...) e My Favorite Murder.
O lado negro da literatura, #3.
Edgar Allan Poe 1809-1849. Escritor americano, nasceu em Boston e morreu em Baltimore. Autor de várias obras, das quais destaco Annabel Lee e The Raven.
domingo, agosto 03, 2003
O lado negro da literatura, #2.
Thomas de Quincey 1785-1859. Nasceu em Manchester, no seio de uma abastada familia de comerciantes de texteis. Escreveu duas obras marcantes do lado negro: Confessions of an english opium eater e Murder considered as one of the fine arts.
O lado negro da literatura, #1
Max Aub 1903-1972. Dramaturgo espanhol, nascido em Paris. Filho de pai alemão e mãe francesa, viveu em Valença a partir de 1914. Autor, entre outras obras, de Crimes Exemplares.
Oh Pedro Rolo Duarte, francamente!!! Deixe-se lá de fazer propaganda às praias do Alentejo. Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim...
Obrigado, Francisco! FJV escreve um texto sublime em defesa da liberdade de expressão, em defesa do direito a sonhar, em defesa do direito a sermos humanos. É o mais belo texto escrito na blogosfera em defesa dos bloggers. É um manifesto de defesa do direito de termos blogs; todos nós: conhecidos e anónimos, de esquerda e de direita, católicos, judeus ou islâmicos, cínicos ou crédulos, melómanos ou bibliófilos, pretos ou brancos, rurais ou urbanos, sportinguistas ou portistas. Todos! Obrigado, Francisco!
sexta-feira, agosto 01, 2003
Calor e Instituto Nacional de Meteorologia. Porque é que de cada vez que aquele senhor que é responsável do INMG há seis meses vai à televisão fala nos recordes de temperatura? Será que, afinal, são os gajos os culpados?
Calor. Já sei que a temperatura está elevadíssima. E que isto assim não pode ser. E que a culpa é dos americanos que com esta coisa da ida à lua lixaram isto tudo. E que o governo também tem culpa no cartório, porque sim. E que o ar condicionado "para lixar a camada de ozono" é um instrumento do demónio (Woody Allen dixit em Desconstructing Harry), mas isso agora não interessa nada. Enfim... Sou particularmente sensível ao padecimento de crianças, idosos e grávidas, mas eu cá continuo na minha... Isto leva-se com uma perna às costas! E que bom que é fumar um Montecristo n.º 3 às 14.30 na esplanada...