sexta-feira, julho 22, 2005

OVER AND OUT!
2 anos e tal de EpiCurtas.
2 filhos.
2 anos e tal de vida excelente em Lisboa.
2 anos e tal de saudades do Alentejo.

Este blogger vai voltar para o Alentejo.
Este blog provavelmente terá neste post o seu último post.
Ou talvez não...
Seja como for, passar-se-á muito tempo até que haja novidades publicadas.

quinta-feira, julho 21, 2005

A Crise Governativa
0. Para mim ainda é cedo para começar já a criticar ferozmente o governo; até porque ainda há tempo para ver os efeitos das medidas tomadas até ao momento e aguardam-se com expectativa as prometidas, nomeadamente as fusões e extinções de organismos públicos a fim de reduzir os custos de estrutura, porém:
1. O governo foi eleito com um programa em que, expressamente, se afirmava que os impostos não iam aumentar.
2. Aumentou-os, deslocando da despesa para a receita a forma mais lesta de atacar o deficit.
3. A situação difícil em que se encontra o país é, reiteradamente, afirmada e justificadora de medidas fortemente penalizadoras da classe média.
4. Contudo a inenarrável opção pela construção do aeroporto da OTA mantêm-se de pé.
5. Com poucos meses de exercício o plenipotenciário ministro Campos e Cunha alega cansaço para deixar o cargo.
6. E deixa, indiciando um enorme mau estar na estrutura governativa, um inequívoco sinal de preocupação aos portugueses.
7. Eu não sei, mas a mim parecem-me demasiadas trapalhadas para tão pouco tempo de governação, Sr. Sampaio. Não se vai agora lembrar de convocar eleições, não?!

terça-feira, julho 19, 2005

O Expresso (e as suas (in)utilidades)
Eu não compro, nem leio o Expresso. Deixei de o comprar quando deixei de ter lá em casa uma cachorra em fase de aprendizagem escatológica; é que aquele papel todo dava para toda a semana.
A minha cunhada, por exemplo, que é moça bem formada e que faz separação do lixo, continua a comprá-lo e definiu o seu saco como o saco para o Papelão; há papel do jornal que nem chega a sair cá para fora e, assim como assim, se não houver tempo de ler, fica logo no seu devido lugar: o lixo.
O Vasco Pulido Valente (citação via Jaquinzinhos), por seu turno, parece pensar como eu:

«Quando se escreve sobre a elite portuguesa em 2005 é prudente lembrar que ela paga para ler o Expresso e, se calhar, o lê com gosto. Esse pequeno acto, na aparência inofensivo, exprime e resume a sua inutilidade prática. Para quê falar dela?»
Vasco Pulido Valente, Público

segunda-feira, julho 18, 2005

Estado de espírito
"We shall fight on the beaches. We shall fight on the landing grounds. We shall fight in the fields, and in the streets, we shall fight in the hills. We shall never surrender!"
Churchill, W. (1940)

Mas seria conveniente saber contra quem e contra quê, exactamente, é que estamos a combater...

A Fonte fez um ano.
A Fonte é um blog com muita qualidade e bastante divertido. Parabéns!

quinta-feira, julho 14, 2005

Hoje estou em Évora!

Parabéns, Henrique!

PONTA SUL: Halleluia!!!
Filipe Soares Franco bazou!!!

segunda-feira, julho 11, 2005

Hoje, não acordei assim, mas apetecia-me estar assim...

sexta-feira, julho 08, 2005

Yet, dear Pessoa, on the other hand...
A ira e a sede de vingança são alguns dos mais humanos sentimentos.

WITH ST. GEORGE IN MY HEART
NO SURRENDER

quinta-feira, julho 07, 2005

Blitz, parte II – Londres, 7 de Julho de 2005


As guerras e as revoluções - há sempre uma ou outra em curso - chegam, na leitura dos seus efeitos, a causar não horror mas tédio. Não é a crueldade de todos aqueles mortos e feridos, o sacrifício de todos os que morrem batendo-se, ou são mortos sem que se batam, que pesa duramente na alma: é a estupidez que sacrifica vidas e haveres a qualquer coisa inevitavelmente inútil.
Todos os ideais e todas as ambições são um desvairo de comadres homens. Não há império que valha que por ele se parta uma boneca de criança. Não há ideal que mereça o sacrifício de um comboio de lata. Que império é útil ou que ideal profícuo?


Fernando Pessoa, O livro do Desassossego

Série Perguntas ao Anarca (que também é liberal mas não quer assumir): Uma lição sobre o Liberalismo, #3
Um funcionário público, não pode ser liberal porquê? Porque é que o dono de uma empresa de obras que tem como principal cliente o Estado não pode ser liberal? Porque é que o dono de uma consultora, que para desenvolver projectos junto dos clientes privados encontra financiamento dos fundos estruturais, não pode ser liberal? Porque é que um médico que trabalha em exclusividade no Serviço Nacional de Saúde não pode ser liberal?

O liberal defende menos Estado, mas sendo o Estado um agente económico com necessidades para satisfazer deve o liberal recusar prestar-lhe serviços?

Série Perguntas ao Anarca (que também é liberal mas não quer assumir): Uma lição sobre o Liberalismo, #2
Reduzir o liberalismo à mera questão económica é altamente redutor. Há mais vida para lá do VAB.

Série Perguntas ao Anarca (que também é liberal mas não quer assumir): Uma lição sobre o Liberalismo, #1
Essa coisa d’o Anarca Constipado estar sempre a procurar saber se os liberais são ou foram empresários indicia uma de duas coisas: ou que se ficou pela leitura do Marx, não tendo chegado ao Weber e não percebendo que há mundo social e, entre outras coisas, empreendedorismo, acção, mobilidade social e criação de valor para lá da mera divisão do mundo entre capitalistas e não capitalistas, ou no fundo no fundo sabe que é possível ser-se liberal sem se ser ou ter sido, necessariamente, empresário e só quer mesmo chatear.

quarta-feira, julho 06, 2005

Noites à direita – Projecto Liberal [Notas avulsas]
1. A estoicidade e determinação do indivíduo que, a toda a alma que punha o pé dentro do Nicola, propunha “uma brochura contra o bloco de esquerda e também tenho aqui uma contra o cavaquismo” foi notável mas pouco proveitosa. Primeiro porque é escusado vender um argumentário contra “as actividades trotskistas nas sociedades contemporâneas”, uma vez que a palermice e a irresponsabilidade brotam de cada palavrinha que proferem. Depois porque num encontro de liberais ser-se “contra”, seja lá o que for, não é propriamente o que mais entusiasma a malta…
2. Foi com surpresa que vi tantos democratas-cristãos, nacionalistas, católicos, conservadores e monárquicos num encontro de liberais.
3. Voltando ainda à figura do ponto 1, o vendedor das brochuras. Entra um indiano a vender flores e ele, prontamente, lhe diz: “Isto aqui não é uma festa!”. Afinal, parece que foi…
4. Os senhores do CDS (aqueles senhores do CDS) não estariam equivocados?
5. Vicente Jorge Silva e o Miguel Coutinho fizeram um excelente favor ao Liberalismo português quando, en passant abordaram a questão dos costumes e dos valores.
6. É claro que com aquela assistência, como seria de esperar e quando se falou nos costumes e nos valores, parte dela rezingou e outra, mais discreta, limitou-se a torcer o nariz.
7. Quando me preparava para perguntar “então como é em relação ao aborto, a eutanásia e as drogas?” a Filipa Correia Pinto fez o favor de interpelar o Pires de Lima sobre o aborto. Ele não se saiu mal, mas uma vez mais fiquei com a impressão que “aqueles” liberais (alguns dos que estavam na assistência) não são bem liberais…
8. E tudo isto sem embargo de me parecer estéril a discussão que corre a blogosfera sobre o “meu liberalismo é maior que o teu”; mas se calhar faz sentido algum esclarecimento… é porque seria estranho que, ontem, pela porta do Nicola, entrasse o Fernando Rosas, o Rosa Coutinho ou o Mário Soares.
9. Pese embora não tenha ficado absolutamente convencido da iniciativa – em Setembro procurarei lá voltar – há alguns textos do Bernardo Pires de Lima, do Henrique Raposo, do Rui Ramos, etc. que me parecem excelentes pontos de partida para uma conversa mais interessante.
10. [nota de rodapé] Será que o Miguel Matos Chaves acha que aquilo é uma extensão do CDS? Livra! Será que as guerrinhas fratricidas do CDS vão estar sempre presentes em qualquer coisa que se faça à direita?

terça-feira, julho 05, 2005

Incómoda persistência [outro post intimista]

[e agora um título de inspiração francófona para um ensaio]
A capacidade de dar palmadinhas nas costas da boçalidade não fará de nós boçais?!
ou CDS: um caso irremediavelmente perdido?

ÁFRICA, por Pacheco Pereira

TRETAS

Os movimentos anti-globalização foram mais uma vez manifestar-se no sítio onde se vai realizar o G8, “contra a pobreza” gerada pelo capitalismo. Este é um dos maiores enganos que se pode alimentar: grande parte da pobreza africana não existe à míngua de ajuda humanitária, mas devido à enorme corrupção dos regimes africanos, à engenharia social, cópia mimética do marxismo europeu, que levou à destruição do pouco que os regimes coloniais tinham deixado, às guerras civis tribais e, se se quiser, nos tempos mais recentes, ao proteccionismo, principalmente europeu, que impede muitos produtos agrícolas africanos de entrarem nos mercados ricos. É mais globalização que os países pobres de África precisam e acima de tudo, intransigência contra a corrupção dos seus dirigentes.

Estava a pensar escrever isto, ao ver o folclore escocês, quando a RTP1 passa uma pequena peça sobre Angola, em que a palavra corrupção não é pronunciada, e em que não se explica como é que se pode ter petróleo e diamantes, um dos melhores e mais bem equipados exércitos de África, uma elite riquíssima que manda os filhos estudar para a Suiça e…nada para a esmagadora maioria da população. Mas a culpa é do capitalismo e do G8. É isto informação.


Inteiramente de acordo!

segunda-feira, julho 04, 2005

Mau, mau, Mariavitch, já chegámos à Madeira, ou quê?!
[Quando é que a lei do limite de mandatos entra em vigor? A propósito, não há nada na lei que impeça o exercício de cargos públicos a pessoas com reiteradas manifestações de boçalidade?]

O EpiCurtas não tem nada, rigorosamente nada, nem contra António Pires de Lima, nem contra o Noites à Direita - Projecto Liberal, bem pelo contrário
Escrevi aqui, em comentário ao artigo do António Pires de Lima aquilo que pode ser, numa leitura superficial, considerado um ataque ao projecto “Noites à Direita – projecto Liberal”. Não é. Em boa verdade, apesar de continuar a achar que o CDS a que Pires de Lima pertenceu, esteve longe de ser um bom agente do Liberalismo, nem julgo sequer interessante ou útil fazer, agora, qualquer acerto de contas. Ainda que, porém, haja coisas que, num projecto deste tipo, importe esclarecer; nomeadamente no que diz respeito a direitos individuais ou às relações com as igrejas, para dar só dois exemplos. Aliás, mais: apesar de tudo, tenho até simpatia pelas posições públicas de Pires de Lima. Procurarei lá estar, amanhã.

sexta-feira, julho 01, 2005

1 de Julho de 1906
PARABÉNS, SPORTING!

Portugal (e particularmente o Alentejo) e a Água
Ou se cria uma rede de bacias hidrográficas capaz de armazenar o máximo de água possível e, sobretudo, se desencadeia um processo sério de educação para a utilização racional dos recursos, ou estamos perante um caso muito sério, ainda mais agravado por isto.

Hoje, no Diário do Alentejo, vem uma notícia que apascenta as almas de Beja e de Aljustrel, garantindo que apesar da cota baixa na Barragem do Roxo, não faltará água nas torneiras este ano. No mesmo jornal noticia-se que os banhos estarão interditos na praia fluvial de Odivelas, por deliberação da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo. Mas é preciso mais. Muito mais. O Francisco já chamou a atenção para a questão das regas dos relvados às 4 da tarde e para o enchimento de todas as piscinas municipais do Distrito… É preciso mais. Muito mais.

London Libertarian
Via Henrique, dei conta destes testes, inicialmente propostos aqui.

LONDON LIBERTARIAN:
A little old fashioned, and a little modern.
A little traditional, and a little bit punk rock.
A unique man like you needs a city that offers everything.
No wonder you and London will get along so well.


LIBERTARIANS support maximum liberty in both personal and
economic matters. They advocate a much smaller government; one
that is limited to protecting individuals from coercion and violence.
Libertarians tend to embrace individual responsibility, oppose
government bureaucracy and taxes, promote private charity, tolerate
diverse lifestyles, support the free market, and defend civil liberties.


I'm comfortable with it!

Carta Aberta ao António Pires de Lima [com quem até tenho vários pontos de convergência]
Entendamo-nos, caro Pires de Lima,

Um projecto político liberal tem, necessariamente, que ser um projecto laico; um projecto sem venerações, explícitas ou implícitas, a confissões religiosas.

Um projecto político liberal defende intransigentemente a liberdade do indivíduo e reduz a intervenção do Estado na esfera privada ao mínimo necessário. É um projecto que reconhece o direito à morte (eutanásia) a quem o queira reivindicar para si. É um projecto que reconhece o primado da razão e que, em matérias como a “vida”, admite, tolerantemente, “leituras e fronteiras” diferentes.

Um projecto político liberal é, essencialmente, um projecto de abertura ao outro e compadece-se pouco com princípios de controlo de fronteiras demasiado musculados.

E isto tudo sem embargo de um liberal poder ser profundamente religioso e de ser contra a prática do aborto e da eutanásia, mas o que não pode é, em coerência, e enquanto liberal, defender como ordem do Estado estas suas íntimas convicções; sob pena de deixar de ser liberal para passar a ser democrata-cristão ou outra coisa qualquer.

Ora, caro António Pires de Lima, o que tenho alguma dificuldade em compreender (o rui do Blasfémias, aparentemente, também…) é como é que um manifesto Liberal, como este, é compatível com uma tão recente condução dos destinos do CDS/PP aos valores mais gratos da direita que se cobre com a manta do Salazar*.

Terça-feira, dia 5, procurarei estar no Nicola para ouvir a resposta.

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* - E note que não me refiro, exactamente, à última campanha do CDS/PP. Mas a todo o período anterior a ela. Estou aliás em crer que quem votou CDS nas últimas eleições não foi exactamente quem havia votado nas eleições anteriores. E a razão disso está, iniludivelmente, no discurso permanentemente errático que o CDS tem tido e que, também por isso, não permite a consolidação de um eleitorado liberal.