quarta-feira, novembro 30, 2005

A desculpa que faltava!
Estudo publicado em Inglaterra afirma que pessoas criativas têm mais parceiros sexuais.
"Oh, querida, é mais forte que eu... se ao menos eu não fosse tão criativo! Eu também não me sinto bem com isto, que é que pensas? É como uma doença!"

Vá pelos seus dedos!












As Páginas Amarelas vão lançar uma campanha em que a protagonista será Maria João Bastos.

Apetece cumprir o repto comercial. Ir pelos nossos próprios dedos...

A variável fantasma.
Menos 220 mil passageiros deixarão de utilizar o avião nas ligações entre Lisboa e Porto quando o comboio de alta velocidade começar a operar. Os voos entre estas duas cidades e Madrid também registarão uma diminuição de tráfego. (in Portugal Diário)

Pudera, com o aeroporto de "Lisboa" na Ota (a 50 kms de Lisboa), o TGV será o único transporte de alta velocidade a ligar o Porto e Lisboa.

Uma boa notícia!
Eu, que moro em Cuba do Alentejo, e que só tenho uma farmácia que nunca está aberta à noite (é sempre a da Vidigueira que fica a 10 km), e que fecha à hora de almoço, fico feliz por saber que o regime de proteccionismo pode estar a acabar.

segunda-feira, novembro 28, 2005

PONTA SUL: O discurso e a prática de Paulo Bento
Na antecipação do jogo deste fim de semana, Paulo Bento anunciou que o Sporting não pode "jogar como nunca e perder como sempre". Ontem jogou como quase nunca e ganhou como raramente. Foi uma agradável surpresa para mudar novamente a máxima: jogar e ganhar como quase sempre.

PONTA SUL: Um pequeno almoço delicioso!

terça-feira, novembro 22, 2005

He's the special one
















http://www.radioireland.ie/audio/giftjose.wma

http://www.radioireland.ie/audio/giftjose2.wma





segunda-feira, novembro 21, 2005

The constant gardener.
Fernando Meirelles de regresso. O realizador de A cidade de Deus torna a dirigir, superiormente, mais um filme. Desta feita actualiza um romance de John Le Carré. Com Ralph Fiennes no principal papel. Fernando Meirelles não é um realizador qualquer. Meirelles brinca com o tempo, sugere, desvenda, surpreende. Meirelles é, por excelência, um contador de histórias.

A não perder.

Um titulo bem escolhido.
The brokeback (tradução livre:traseiro partido) mountain.
É um filme que conta a história de uma amizade muito especial entre dois vaqueiros.

PONTA SUL: Instruções para lampiões

1. Peguem numa folha a4
2. Enrolem-na em forma de canudo
3. Espreitem por ela na direcção da fotografia

sexta-feira, novembro 18, 2005

Até já!

Professores: dois posts do Waldorf e uma reposição aqui no EpiCurtas.

1. VERGONHOSO, DISSE ELE
Relativamente aos estabelecimentos de ensino que estão a recorrer a aulas de substituição e "ateliers" de tempos livres para ocupar os alunos no caso dos docentes faltarem devido à greve, o sindicalista [António Avelãs] não questionou a legalidade deste procedimento, mas considerou-o "vergonhoso".Ao ocupar os alunos, as escolas estão a tirar um rendimento extra aos cafés e, pior do que isso, a permitir aos pais dos alunos terem um dia de trabalho normal. Coisa que, já se sabe, não entra na cabeça de alguns vergonhosos profissionais do sindicalismo que se eternizam nos cargos. WALDORF

2.PREOCUPAÇÕES RELATIVAS
A professora chamou os pais dos alunos à escola para nos explicar que uma universidade tinha pedido autorização para que os alunos participassem numa investigação sobre o ensino da Matemática. Mostrava-se algo reticente porque essa investigação ocuparia oito horas mensais e, a ser assim, talvez não conseguisse acabar a matéria. Os pais estavam preocupados. Como vi o caso mal parado, tentei explicar a importância destas investigações e a irrelevância das oitos horas necessárias. Recordei-lhes que na semana anterior, no dia de S. Martinho, não houve aulas porque a escola organizou um magusto. Apesar de hesitantes, os pais acabaram por concordar com a participação dos filhos.Hoje, a tal professora preocupada com a falta de tempo para acabar a matéria, fez greve.WALDORF

3. A greve dos professores ou a cara e coroa de uma pequena injustiça sobre uma mor injustiça.
A CARA
Sou professor. Faz dez anos sou professor na Escola Primária de Tanacingo, Zac. Já tive muitos alunos nessa escola. Creio que sou um bom professor. Pelo menos julguei-o até que me saiu aquele Panchito Contreras. Não me ligava nenhum, nem aprendia nada, porque não queria. Nenhum dos castigos surtiu efeito. Nem morais, nem corporais. Olhava-me insolente. Roguei-lhe, pedi-lhe. Não tinha medo. O resto dos miúdos começaram a rir-se de mim. Perdi toda a autoridade, o sono, o apetite, até que um dia não pude aguentar, e para que servisse de exemplo enforquei-o na árvore do pateo.

Max AUB, Crimes Exemplares

A COROA

Sou aluno. Faz 9 anos que sou aluno. Já tive muitos professores. Creio que sou um bom aluno e que merecia da sua parte alguma consideração. Pelo menos até ter estudado arduamente, nestes dias de calor insuportável, para o exame e ter notado que quando lá cheguei para o fazer não havia professores para o fiscalizar. Não me ligaram nenhum, não pensaram em mim, porque numa guerra que não sei se têm razão ou não resolveram penalizar os inocentes. Não lhes vou bater, nem insultar. Também não lhes vou rogar ou pedir seja lá o que for. Vou simplesmente apontá-los na rua e dizer: “Eis, quem ali vai é um professor!”. Sei que é muito injusto para muitos deles, mas sentirão, não tenha a abjecção tomado, por completo, conta do seu ser, o anátema.

(21 de Junho de 2005)

Ainda os caminhos de ferro do Alentejo...
A automotora de que vos falava ontem era esta que aqui se ilustra. Os livros da escola, de 1967, já nessa altura um pouco atrasados, como tive oportunidade de confirmar, apresentavam-na como o foguete; era a locomotiva que fazia a ligação Porto-Lisboa.

À Tabela.
Os relógios da estação de caminhos de ferro de Cuba - no Alentejo - estão todos avariados.

A frase
O objectivo da política não é o de garantir a felicidade – mas o de possibilitar que cada um possa procurá-la como entender.
Francisco José Viegas no Pulo do Lobo

quinta-feira, novembro 17, 2005

Portugal: um “jovem” de 35 anos a viver em casa dos pais.
A Joana Amaral Dias (via Super-Mário) recupera dois artigos, datados de 2003, de apoio a Soares. Um de Vasco Pulido Valente e o outro de Eduardo Prado Coelho. E eu acho que isso é serviço público. Sobretudo o artigo de EPC que diz tudo sobre a candidatura de Soares: “a imagem plena do pai de que o país necessita”. E isto revela tudo sobre como a candidatura soarista vê o país. Como uma garotada carente de um pai bonacheirão, protector e condescendente. Ora, o problema é, hoje mais que nunca, o que Portugal precisa é de “matar o pai”; ou seja o “Estado”. Portugal, hoje mais que nunca, necessita de emancipação. Portugal precisa de um tio que o abane e o force a tomar nas suas mãos o seu próprio destino.

Hoje vai ser um grande dia!

Cuba – Beja ( de Comboio)
A automotora que despeja 50 pessoas, pelas 9h00m, todos os dias da semana, em Beja é um autocarro sobre carris. Um autocarro barulhento, agitado, pouco limpo, velho e desconfortável. Conversar com um parceiro de viagem é um incómodo tão directamente proporcional ao ruído que se ouve que o melhor é estar calado. Ler também não é solução. Pela mesma razão e porque a luz é tão frouxa quanto a trepidação é acentuada. Enfim, os turistas – os de chinela no pé – devem achar graça ao pitoresco da viagem. Eu, há 20 anos atrás, quando no Tua viajei em comboio semelhante também achei. Os que não abalaram de cá, os que cá continuam a trabalhar, os que, em terra de mobilidade pública tão reduzida, continuam a vir para Beja todos os dias na tal automotora, esses, duvido que apreciem a viagem no tempo.

quarta-feira, novembro 16, 2005

Resposta ao desafio da Praça da República
JKRowling, Harry Potter e o príncipe misterioso
e
Banana Yoshimoto, Adeus, Tsugumi

Sábado
Era um Sábado madrugador. Sábado retemperador.
- Foda-se! Assaltaram-nos o carro... – gritei ao avistar a porta entreaberta e os fios cortados e descarnados no local onde devia estar o rádio.
Sábado a começar entornado... Sábado estragado.
Corri ao lado, ao largo dos Loios, apresentar queixa ao quartel da GNR. O sargento de dia sorriu ao afirmar que não era a primeira e não seria a última vítima. Pareceu-me adivinhar-lhe no sorriso e no olhar o prazer da confirmação do mundo.
Sábado dele, de zombaria. Sábado meu, de porcaria.
- Oh, homem... Hoje é Sábado de Feira da Ladra!
Corri.
Desci a Santa Luzia, segui por São Tomé e acabei em Santa Clara.
Sábado suado. Sábado já cansado.
Perscrutei a maralha – de lanternas, àquela hora, já apagadas...
Topei o meu rádio! Antigo. Manhoso. Analógico.
Sábado irado. Sábado a ficar excitado.
O artista era um lugar comum. Magricela. De olhar cavado e braço picado.
Mas o olhar mostrava uma vida pelo corpo escondida.
Gente à volta remexia-lhe a quinquilharia. Muita.
Pensei em confrontá-lo. Avancei.
Sábado de ousadia. Sábado de valentia.
- Oh, amigo... quanto é que vale esse rádio antigo?
- Olhe que este rádio é antigo, mas é dos bons!
- Muito bem! Quanto vale?
- Uns 10 euros...
- Olhe... e se eu lhe provar que o rádio é meu? Que me foi roubado...
Palpitou por um instante. Um segundo. Um segundo antes de retomar a vida escondida.
Os olhares à volta oscilavam entre a curiosidade assumida e centrada e a dissimulada e enviesada. Mas olhavam.
- É seu?! Prove lá isso...
Sábado intenso. Sábado denso.
- O ponteiro desse rádio não mexe. Rode o botão da frequência e notará que o ponteiro não mexe.
Rodou. Não mexeu. Parou e atirou:
- Muito bem... uma vez que era seu... faço-lhe metade do preço!!!

Sábado desconcertante. Sábado hilariante.

A Administração Pública em laboriosa mudança.

Portugal, o país narcísico.
Não há nada neste país mais importante que a imagem. Cada notícia nova – a queda de uma ponte, os flagelo dos incêndios, a descoordenação dos serviços, a negligência hospitalar, os rankings, a falta de água, a derrapagem orçamental, o deficit, a maior árvore de natal da Europa, o maior presépio de chocolate do mundo, a competitividade da Liga, a qualidade do ensino, a organização de um evento internacional, enfim, tudo! – traz, consigo, uma eterna questão: o que é que os outros pensam de nós? O que preocupa Portugal não é tanto o que Portugal é, mas o que Portugal, aos olhos dos outros, parece! O desemprego, governo após governo, foi sempre alvo de uma cosmética de conveniência, para que, aos olhos de quem vê, nunca fosse a precariedade e a falta de competências que saltassem à vista, mas uma taxa controlada (a custos elevadíssimos e com grande ginástica de um Instituto perito em servir o poder político: o IEFP) e jeitosinha para pôr ao lado das dos outros. Aqui, na Educação, é igual… vamos, parece, ter uma taxa de insucesso escolar mais baixinha!

A Beleza, hoje, chegou duas horas mais cedo!
6h00m.
Aguuuu, gu, aguuuu.
Eh eh, bom dia, mana!
Agu, gu.
Olá! Olá! Olá!
Agu, gu.
(…)
7h30m.
Agu, gu.
Eh eh, olá!

Pronto, não vale a pena… vou trabalhar!

A Leopoldina do Continente, ou de como as avestruzes já não são o que eram
"No meu tempo" as avestruzes infantis tinham umas pernas finissimas e um cu gordo coberto de penas, hoje, note na Leopoldina do Continente e surpreenda-se com uma avestruz com rimel, casaco cintado e jeans justos a uma silhueta bem talhada. É um admirável mundo novo de exercício, cosméticos e silicone!

(em simultâneo com o Manual de Instruções)

terça-feira, novembro 15, 2005

Instruções de voto nas Presidenciais para a Direita Liberal, ou Mais uma reconciliação.
O Henrique viveu, tal como eu, e no caso dele, adivinho, até mais intensamente que eu, uma profunda animosidade ao Cavaquismo. No meu caso, nos meus 17, 18 anos, confundi o Cavaquismo com o Cavaco, e, sendo demasiado novo, apesar de ter percebido a diferença entre o novo homem português e o português do PREC, não pude ajuizar com rigor o verdadeiro sentido dessa diferença. Mas, independentemente de todas as circunstâncias, sabia que ele - Cavaco -não pensava o mesmo que eu. E, eis que nos encontramos, hoje, em 2005, nesta encruzilhada. Eu não deixei de ser de Direita, apesar de ser mais Liberal do que era. E sei que Cavaco não é nem de Direita, nem Liberal e que não deixou, no fundo, de ser o fundador de um pacto de regime - não verbalizado - entre o PS e o PSD, quanto às funções do Estado (que continuam a parecer-me excessivas).
Mais: a ideia que paira de um Presidente "presidencialista", e que no fundo anuncia uma necessidade de revisão constitucional, anuncia sobretudo, pelo anseio que em torno da candidatura do professor se vai criando, um sentimento de falência da sociedade civil portuguesa (aquela que, atenta à política não seria nunca "política profissional") e do parlamentarismo (que eu, indubitavelmente, prefiro).
Mas pergunto, entre um parlamentarismo são, que eu prefiro, e a história da falência do mesmo que facilmente podemos constatar ao olhar para as "elites" políticas nacionais e para os mecanismos partidários da sua selecção; entre um candidato ideal, de Direita e Liberal, que não existe, e se existisse perderia as eleições para a Esquerda e Cavaco, que escolha deverei fazer?
Cavaco!

(em simultâneo com o Manual de Instruções)

Instruções para Chorar, ou de como ser bem sucedido no Portugal dos favores
Instrucciones para llorar. Dejando de lado los motivos, atengámonos a la manera correcta de llorar, entendiendo por esto un llanto que no ingrese en el escándalo, ni que insulte a la sonrisa con su paralela y torpe semejanza. El llanto medio u ordinario consiste en una contracción general del rostro y un sonido espasmódico acompañado de lágrimas y mocos, estos últimos al final, pues el llanto se acaba en el momento en que uno se suena enérgicamente. Para llorar, dirija la imaginación hacia usted mismo, y si esto le resulta imposible por haber contraído el hábito de creer en el mundo exterior, piense en un pato cubierto de hormigas o en esos golfos del estrecho de Magallanes en los que no entra nadie, nunca. Llegado el llanto, se tapará con decoro el rostro usando ambas manos con la palma hacia adentro. Los niños llorarán con la manga del saco contra la cara, y de preferencia en un rincón del cuarto. Duración media del llanto, tres minutos.

CORTAZAR, Julio (1962). Historias de cronopios y de famas.
(em simultâneo com o Manual de Instruções)

A verdade, a verdade é que apesar deste comportamento errático, o blog de que, realmente, gosto é este...

sexta-feira, novembro 11, 2005

Bom, porque a senda do prazer nos leva frequentemente às mesmas coisas: o EpiCurtas continua no Manual de Instruções.