quinta-feira, agosto 21, 2003

Eu Confesso. Já fui militante, presidente e conselheiro nacional de uma organização política de juventude da direita democrática portuguesa. Fui, enquanto lá andei, acusado de ser de extrema-direita, aparentemente por ser pouco contido nas afirmações, virulento nas propostas e pouco domável pelo status quo, muito mais do que por questões realmente ideológicas. Seriam lá eles capazes de discutir fosse que ideologia fosse… Basta ouvir a maior parte dos políticos. É absolutamente piramidal a construção e disseminação do argumentário partidário. A verdade é que, na altura, já me apetecia pensar pela minha própria cabeça. E a inquietude e indomabilidade eram já características minhas. Mas voltemos ao que me traz a este post. Fui simpatizante da ideologia Integralista. Ainda lá tenho em casa algumas primeiras edições do António Sardinha, do Luís de Almeida Braga, do Conde de Monsaraz (filho). Li Maurras, Michels, Le Bon, D’ Anunzio. A vida, mas sobretudo a reflexão e a coragem de mudar, conduziram-me a outras convicções. De resto, nem sequer muito divergentes de alguns pontos de partida que alguns deste autores tomam. Contudo, consideravelmente distintas no que às propostas políticas que, sobretudo, a maior parte dos seus seguidores advogam. Há, de resto, uma afinidade estética com alguns desses autores que coexiste, actualmente, em mim com outras referências, digamos, menos tradicionalistas. Mas coexiste. Para dizer que, apesar de discordar largamente da forma de estar de do Manel alentejano, leio o Sexo dos Anjos. Gosto de lá ver a poesia desse outro alentejano, o Sardinha. Gosto de sorrir ante a pena que corre fácil a expor as ideias. Gosto de ver Évora presente. Não gosto de outras coisas… como o link para o PNR, e outras predisposições que lhe adivinho… mas a vida é feita destas coisas.