terça-feira, janeiro 31, 2006

O bibliotecário anarquista...
...mudou, finalmente, de casa. Nós por cá, a little bit conservatives [é nestas pequenas coisas que isto se vê] preferimos, sem sombra de dúvida, os endereços do tipo: qualquercoisa.blogspot.com. Bem-vindo, Adal!!!

Vasco Pulido Valente no Espectro
Entendamo-nos, eu gosto muito de ler o Vasco Pulido Valente e são mais a vezes que concordo com ele, que as vezes que discordo. Faço, portanto, parte da maralha, supostamente sofisticada, que lê o Público, leu a Kappa e que cultiva, religiosamente, um notório azedume por um Portugal carregado de portugueses, que prova ser sempre demasiado pequeno para gente tão grande como “nós”; enfim, tiques de gente que se leva demasiado a sério. Com a chegada de VPV à blogosfera, este espaço diletante, umas vezes pedante outras vezes mendicante, tantas vezes mendicantemente pedante, fica mais ácida, mais cínica e mais polémica. E isso é bom. A letargia raramente é amiga do crescimento. É, portanto, justo dizer que nada mais será como dantes. Bem-vindo, companheiro Vasco!

segunda-feira, janeiro 30, 2006

PONTA SUL: O Papa
Quando João Paulo II vinha a Portugal o Sporting era campeão. Entretanto foi eleito um novo Papa (Bento XVI) que não parece ter por Fátima o mesmo sentimento que o seu antecessor. Assim, e antes que seja tarde demais, o melhor é nomear um novo Papa: Bento 17.

PONTA SUL: Até qu' enfim...
...agora, basta assim até ao fim!
















sexta-feira, janeiro 27, 2006

Polaroid intimista. [ecos do tempo presente, 3]
Nunca fui tão rico e, contudo, nunca vivi tão mal!

A luta de classe. [ecos do tempo presente, 2]
Não sou de esquerda e, portanto, a “luta de classes” sempre me pareceu uma atitude muito mais destrutiva que construtiva. Mas, nos dias que correm, tenho que confessar compreender cada vez melhor, não a luta de classes, mas o sentimento de revolta que a tempera.

O equívoco de Marx. [ecos do tempo presente, 1]
Pareto, de forma mais generalista, e, por exemplo, Weber, de forma mais rigorosa, já haviam provado que Marx se tinha enganado, tomando a nuvem por Juno. Os nossos dias reforçam a refutação da tese do autor do Capital. Não é a propriedade privada a variável discriminante. É a propriedade pública. É o grau de impunidade com que se utiliza o Estado e os bens colectivos em favor de si e das suas clientelas.

WOLFGANG AMADEUS MOZART (Apontamento sociológico)
ELIAS, Norbert. Mozart – A Sociologia de um génio

WOLFGANG AMADEUS MOZART (Apontamento epicurista, ou de como os prazeres se cruzam)

Devia ter 10 anos. Por esta altura via todos os filmes que passavam no agora, desde há anos, encerrado cinema do Pão de Açúcar de Cascais: o Miramar. Sem critério. Terá nascido aqui, ou talvez um pouco antes, no também finado S.José, ao lado do Jardim Visconde da Luz, o meu gosto pelo cinema. Mas foi ali, definitivamente, que nasceu a minha paixão pela música do Mozart. Entrei, sentei-me na sala e esperei o “filme”. O cartaz dizia Flauta Mágica. Por aquela altura não se comiam pipocas no cinema, os Looney Tunes não incentivavam, portanto, à sua compra e também não havia publicidade a anteceder os filmes. Passavam documentários ou filmes de animação muito curtos. Curtas-metragens. O filme, dessa vez, começou logo e eu demorei tempo a perceber o que se estava a passar. Aquilo não era o documentário e o filme não viria a seguir. Eu estava a ver uma ópera. Era esse o “filme” que eu tinha ido ver. E foi nesse dia que, pela primeira vez, senti o toque de Mozart. Quando o papagueno e papaguena dialogaram entre si.

WOLFGANG AMADEUS MOZART (Apontamento analógico)
Com que coisa do mundo se parece a música de Mozart, perguntava-se, 3ª feira, no fórum TSF. Com a Primavera; o corte com a invernia e o belo que pujantemente desponta. Os sorrisos e os risos. Os raios de sol que derretem o gelo e as andorinhas que divertem. A música de Mozart é como a Primavera. A mais bela estação do ano.

WOLFGANG AMADEUS MOZART (Apontamento pessoal)
A C. sabe. Já lhe pedi bastas vezes para que o tenha compreendido como um pedido para levar a sério. Quando eu morrer, toquem o Requiem.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

O caldo cultural do bloco.
Conversa entre dois anti-fascistas, gastos pelo tempo e já menos combativos. Alentejanos. Um comunista desde os tempos das perseguições da pide, trabalhador do campo, e um metalúrgico, da UDP, rude e com ar cansado. Pacificados um com o outro, já que o espanto que lhes causa a modernidade é agora bem maior que as fracturas que noutros tempos os separavam.

- Então, que tal vai isso. Ainda lá vais às reuniões, pá?
- Ainda. Tu sabes que eu sempre fui UDP. Agora encontramo-nos lá no bloco, em Lisboa.
- Então e que tal?
- Eh, pá. Aquilo é porreiro, pá. O Francisco é bom, sabe o que faz e com ele ninguém faz farinha. Mas, o ambiente é um bocado estranho...
- Que é que queres dizer com isso?
- Não é como dantes. Como era nas nossas reuniões da UDP, cá por Beja.
- Não percebo o que é que queres dizer...
- Aquilo está cheio de maricas, Zé! Uns moços cheios de tiques esquisitos. Esta juventude é uma merda. Já não são como nós. No nosso tempo se apanhassemos um gajo daqueles lá na Metalúrgica davamos-lhe cabo do canastro.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

A frase da semana, no post da semana.
Um dos méritos de uma pessoa culta é o de reconhecer que as coisas não acabam onde acaba a sua «cultura» e que a sua «cultura» não é um critério absoluto. N' A Origem das Espécies.

A nuvem por Juno de Constança Cunha e Sá. Constança diz que “é próprio dos tempos dizer mal de Soares”. Depois faz um elogio ao homem político e à sua coragem ao mesmo tempo que zurze contra a “direita” por esta, supostamente, se deliciar com a “arrogância” dele. Pessoalmente creio que a Constança está enganada e acaba sendo injusta. Eu, que nunca gostei de Soares e que nunca votaria nele, concordo que, na sua posição, o facto de ter avançado para uma corrida presidencial revela uma coragem considerável e muitíssimo estimável em tempos de tanta cobardia e de tanta gente assustada a conservar pequenos e falsos pedestais. Agora, o facto de ter sido corajoso não faz com que tenha tido razão, nem que tenha sido elevado no combate. No fundo, o que acabou por, inexoravelmente, demonstrar foi que para alguns políticos do “seu tempo” e, infelizmente do nosso, praticamente todos os meios justificam os fins. Mas Soares terá, não lhe tenha a cegueira do ego tocado de forma irremediável, aprendido uma lição “fora do tempo”: é que a “arrogância” - e chamemos-lhe apenas "arrogância", para não descermos muito baixo - que lançou sobre Cavaco Silva acabou por disser mais de si que propriamente dele.

A razão de Soares.
A Seita dos Orégos acaba de reconhecer que Soares tem razão quando se queixa da Comunicação Social. Afinal, como ele diz, não mostraram convenientemente a parte mais interessante da sua campanha:

A Porsche quer vender mais de 300 carros em Portugal.
Eu prometo que se hoje me sair o Euromilhões, na próxima semana passo pelo stand e encomendo 2.

Estes:

quinta-feira, janeiro 19, 2006

As eleições presidenciais e a esquerda
Os meus amigos de esquerda – que são alguns – quando se fala de presidenciais e me perguntam, com ar incrédulo, se vou votar Cavaco (ou Sr. Silva, ou no gajo – dependendo dos casos) e eu respondo que sim, olham-me com um olhar compassivo e sofrido, como se, de repente, aos seus olhos, eu passasse a padecer de um mal maior. Como se de repente, passasse a ser um vulgar homem do povo, iludido, sem classe e sem educação; no fundo, um bronco. Nunca a esquerda tinha mostrado de forma mais evidente uma das suas mais estruturantes características que nesta eleições: o seu snobismo intelectual.

Mas esta atitude é particularmente interessante para revelar o carácter da esquerda portuguesa. Aquela que alardeia a sua participação no “25 de Abril” – reclamando sobre a (r)evolução e o Portugal democrático direitos de autor e fortes constrangimentos estéticos -, a mesma que defende “a vontade do povo”, a “soberania do povo”, a “democracia”, como se tudo isto fizesse parte do seu inalienável espólio, é a mesma que, quando o “povo” expressa a sua “vontade”, em “democracia” e de forma “soberana” em favor de um candidato de “direita”, enxovalha do povo de inculto, de mal formado e mal agradecido e de ser permeável ao populismo.

Há, parece-me, entre outras coisas, uma muito evidente que falta à “intelectualidade” portuguesa: a honestidade!

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Jack Bauer.
1. Jack Bauer's favorite color is severe terror alert red. His second favorite color is violet, but just because it sounds like violent.
2. Jack Bauer killed 93 people in just 4 days time. Wait, that is a real fact.
3. Upon hearing that he was played by Kiefer Sutherland, Jack Bauer killed Sutherland. Jack Bauer gets played by no man.
4. Jack Bauer was never addicted to heroin. Heroin was addicted to Jack Bauer.
5. If Jack Bauer was in a room with Hitler, Stalin, and Nina Meyers, and he had a gun with 2 bullets, he'd shoot Nina twice.
6. If you wake up in the morning, it's because Jack Bauer spared your life.
7. When Russell Crowe threw a phone at that guy, Jack Bauer was on the other line.
8. Jack Bauer once forgot where he put his keys. He then spent the next half-hour torturing himself until he gave up the location of the keys.
9. Jack Bauer does not sleep. The only rest he needs is what he gets when he's knocked out or temporarily killed.10. Jack Bauer would have gotten the ring to Mordor in 24 hours.
11. While being ‘put under’ in the hospital, Jack Bauer can count backwards from 100 every time. This annoys the doctors.
12. Jack Bauer can sneeze with his eyes open.
13. Jack Bauer knows what you did last summer.
14. Jack Bauer doesn't miss. If he didn't hit you it's because he was shooting at another terrorist twelve miles away.
15. Season 5 of 24 was supposed to be Jack Bauer fighting Chuck Norris and Vin Diesel. This idea was abandoned when Jack defeated them and nothing else could be found to fill the other 23 hours and 59 minutes.
16. Don't ask what Jack Bauer would do for a Klondike bar...
17. Guns dont kill people, Jack Bauer kills people.
18. Everytime Jack Bauer yells "NOW!" at the end of a sentence, a terrorist dies.
19. God created the universe in 6 days. Thats 5 days 23 hours and 59 minutes longer than it took Jack Bauer to create God.
20. Jack Bauer literally died for his country, and lived to tell about it.
21. If Jack Bauer asks for your car, give it to him. And your wife.
22. If you get 7 stars on your wanted level on Grand Theft Auto, Jack Bauer comes after you. You don't want to get 7 stars.
23. Jack Bauer has no problem following orders, unless you tell him to do something he doesn't want to.
24. 1.6 billion Chinese are angry with Jack Bauer. Sounds like a fair fight.
25. Instead of buzzing, Jack Bauer's alarm clock screams out "THERE ISN'T ANYMORE TIME!"
26. As a child, Jack Bauer's first words were "There's no time!"
27. Jack Bauer doesn't have a mother. As an impatient sperm, he shot out of his father and flew around looking for an egg to fertilize. He was unable to find an egg, and ended up running into a bullet, which he fertilized instead.
28. Jack Bauer named his cat 'Chuck Norris.' Why? Because He's a pussy.
29. Jack Bauer does not care for names. Every entry in his address book is simply labeled "Son of a Bitch."
30. Many people don't realize that "Bauer" is a name of Norwegian descent. It translates loosely to "WE'RE RUNNING OUT OF TIME!!!"




terça-feira, janeiro 17, 2006

PONTA SUL: Esclarecimento!

Em Julho de 2005 congratulei-me com a aparente saída, dos órgãos dirigentes do Sporting, de Filipe Soares Franco. Pelos vistos ter-me-ei enganado.

A minha visão, a partir da Curva, sobre a vida do Sporting não mudou, mas muitas outras obrigações e ainda mais e maiores desilusões obrigaram-me a maior distanciamento. De resto, com esta trupe a transformar o mais eclético dos grandes clubes portugueses num salão de chá, e antes que consigam transformar o Estádio José Alvalade num green perante a passividade dos sócios ainda enebriados com a ideia do "projecto", a unica coisa que me ocorre dizer é:

Pedimos desculpa por esta pequena interrupção, o Sporting volta dentro de momentos!

A regionalização.
Ponto de ordem à mesa. O Carlos pergunta-me se continuo a pensar que a regionalização é desnecessária. Caro Carlos, não sei que te responda. Nestes três últimos anos em Lisboa fui admitindo que, se calhar, devia rever a minha posição e passar a considerar a regionalização uma boa via de desenvolvimento; há, de facto, muitas e boas razões para a defender. Entretanto, nestes três últimos meses de regresso ao Alentejo e fisicamente mais próximo das "elites" da região, já estou mais reaccionário e centralista outra vez; é que o caciquismo oitocentista - hoje, sem outra função que não a alimentação de uma mafiosa teia de clientes dos dinheiros públicos - parece persistir e, convenhamos, essa é uma forte razão para continuar a descrer das virtudes do PREC [Processo de Regionalização Em Curso]!

As eleições e a escolha de Cavaco Silva.
Se outras razões não houvessem e, infelizmente, há tantas, só o simples facto de terem passado o tempo a "cuspir" no homem, com uma inefável arrogância, motivada por uma imensa presunção de superioridade cultural e intelectual, já era, para mim, suficiente para engolir um sapo - já que Cavaco Silva não é, de facto, das pessoas de quem mais gosto... - e votar nele.

Mas o problema é muito mais grave, e é até geracional, é que 30 anos de democracia mostram uma sociedade falida... uma República incapaz de se reinventar, continuamente presa a mitologias arcaicas e arcaizantes. E, de entre todos, Cavaco Silva é mesmo o melhor.

In extremis, se porventura sou forçado a escolher entre mais "discurso humanista" ou mais "discurso tecnocrático", e se Portugal se continua a mostrar infinitamente reticente a libertar a sociedade civil e a cortar com os discursos paternalistas, então escolho o "discurso tecnocrático"; no fundo, se sou forçado a escolher entre um "pai compincha e amigo da paródia" ou um "pai severo", então, nesta altura da vida do país, escolho o "pai severo".

terça-feira, janeiro 10, 2006

A lição (parte II). Muito reticente, mas com um pequeno herói a arder em febre nos braços, lá fui ao Hospital de Beja, para um reencontro, ao fim de muito tempo, com o SNS. E… foi uma experiência excelente. Cheguei ao atendimento, dei os dados do pequeno Afonso, antes de ter tempo de me sentar na sala de espera fui chamado à triagem que imediatamente me encaminhou para as urgências pediátricas, onde fui imediatamente atendido, tal como na secção de radiologia. No fim do muito atencioso e veloz processo, onde o Afonso foi sempre muito bem tratado, ainda houve tempo, face à ausência de moedas no bolso, para que uma anónima enfermeira (as pessoas boas são quase sempre anónimas!) comprasse um Yogurte líquido e o oferecesse ao bravo Afonso.

PS – Sim, em princípio parece que o Afonsito está melhor!

A lição. Pago (ou melhor, pagava), mensalmente, 4 seguros de saúde à Espírito Santo Seguros (Advancecare). Enquanto vivi em Lisboa, tudo correu bem. Serviços de excelente qualidade, vários médicos de várias especialidades, deslocações a casa. Entretanto mudei-me para Cuba do Alentejo e, como que por magia, continuei a pagar o mesmo, a viver no mesmo país, mas deixei de ter, por exemplo, pediatras em todo o Distrito (de Beja), passei a ter, somente, um clínico geral em todo o Distrito e a depender da sua boa vontade para se deslocar a casa. No Domingo, o Afonso estava muito doente, eram 19h e ele não quis lá passar… tive que ir ao Hospital Distrital de Beja. Ter seguro de saúde ou não ter, foi rigorosamente a mesma coisa. Assim, já dei indicações à minha excelente gestora BES 360, para que deixem de me cobrar 20 contos todos os meses. Não vou ser o otário que vai andar a pagar os cuidados de saúde dos habitantes das zonas urbanas e litorais.