EpiCurtas
«O prazer é o principio e o fim de uma vida feliz.» Epicurus
sexta-feira, março 18, 2005
Sulista, elitista e liberal de tempero conservador
Há dias escrevi, depois de uma leitura do Mar Salgado, um mail a alguns amigos enviando um texto do João Pereira Coutinho. O Carlos, a partir do Alentejo, hoje, neste post, vem responder-me. Meu amigo, elitista indiscutivelmente, e marginal, já que na cultura dominante ser-se conservador é estar-se à margem! Mas isso sugere-me outra questão. Sobre a alta cultura. E, inevitavelmente, relembro Allan Bloom. Já o citei aqui, mas torno a citá-lo, já que, de alguma maneira, a baixa-cultura tem enquistado muito do nosso progresso, e, no fundo, no fundo, é a baixa-cultura empossada de poder que estimula a Arte da Rudeza; aqui fica:
Actually openness results in American conformism - out there in the rest of the world is a drab diversity that teaches only that values are relative, whereas here we can create all the life-styles we want. Our openness means we do not need others. Thus what is advertised as a great opening is a great closing.
in BLOOM, Allan. Closing the American Mind. [traduzido em português pela Europa-América, como Gigantes e Anões]
quarta-feira, março 16, 2005
Dúvida
Há, alegadamente, dois ministros liberais neste governo: o das finanças e o da economia. Porque é que, assim sendo, o primeiro deles assim que abriu a boca falou no aumento de impostos? Porque não despedir funcionários públicos? Porque não extinguir serviços públicos? Porque não fundir outros? Assim... para início de conversa!
Pequeno Herói...
...à Graça. No local do antigo botequim da Natália.
Ontem, numa passeata até ao Chapitô, ficámos agradavelmente surpreendidos com tão simpático espaço.
Eu, Lisboa, me confesso...
Com a gestão do espaço público da cidade e com a falta de respeito pelos seus munícipes apetece-me encetar, novamente, a procura de casa no Alentejo...
PONTA SUL: Depois da síncope...
O Anarca andou por aí com umas provocações vermelhuscas e espantou-se com a falta de resposta. Notei, por outro lado, que o Francisco ainda teve tempo, antes da síncope, de dizer, ao cuidado dos jogadores da sua equipa, "Vai buscar!". Pois eu não... Eu só tive clareza de espírito para aplaudir, em Alvalade, os golos do Penafiel; mas faltaram-me as forças e o ânimo para vir aqui dizer fosse o que fosse... Triste sina a nossa!
quarta-feira, março 09, 2005
"Para que é que serve essa merda?" É esta a resposta ao desafio lançado pelo Anarca Constipado. Este post encerra em si, a mais contundente crítica à escolha de Mariano Gago para a pasta da Ciência. João Caraça teria sido, sem dúvida, melhor opção.
terça-feira, março 08, 2005
Ao cuidado do Prof. Freitas; para que pense melhor…
"Não há mal nenhum em mudar de opinião.
Contanto que seja para melhor."
Winston Churchill
segunda-feira, março 07, 2005
A fotografia de Freitas
Há uma coisa que se percebe bem neste episódio da fotografia. A de que as reacções mais contundentes venham precisamente do Bloco de Esquerda: eles foram os primeiros a ter problemas com estas coisas das fotografias (pobre, Trotsky!).
quinta-feira, março 03, 2005
Recado à esquerda
"Os problemas da vitória
são mais agradáveis do aqueles da derrota,
mas não são menos difíceis"
Winston Churchill
Recordações de infância, #4
Cascais de antigamente no Verão.
Andar descalço na Rua Direita, comer creme glacé nos Almeidas, gelados no Santini...
quarta-feira, março 02, 2005
Os presos e a economia
Sou a favor da utilização de mão-de-obra presa, não remunerada, na construção de obras públicas e na manutenção de vias e edifícios públicos. Há que capitalizar os custos que se tem com gente com dívidas à sociedade.
Recordações de infância, #2
Kalkitos: Aqueles desdobráveis como cenário onde se aplicavam transferes.
Recordações de infância, #1
Peta-zetas: aquele pózinho colorido que, na boca salivada, estalava e sabia a cola.
Parabéns, Mãe!
POEMA À MÃE
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...
Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."
Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...
Boa noite. Eu vou com as aves!
Eugénio de Andrade
terça-feira, março 01, 2005
Tristes notícias [directamente do Barnabé]
O [Nuno Sousa] já bebe sozinho por uma palhinha. Os médicos estão em crer que, a partir de amanhã, poderá começar a gatinhar sem amparo alheio. Aguardamos ansiosos.
Não devia fazer aquilo que farei a seguir, mas pronto, por esta passa.
O [Nuno Sousa] não é personagem que me agrade. [As coisas que escreve são arrogantes e imbecis, dignas do quadro social atrasado, inconsequente e irresponsável onde se movimenta e onde as suas “ideias” vão fazendo escola.]
O [Nuno Sousa] detém o poder [para ajudar a alterar] este estado de coisas e não o faz; [provavelmente porque os neurónios não lhe bastam para tal tarefa]. Posto isto, é um ser humano como outro qualquer, como milhares de outros a quem não desejo o mais pequeno mal, antes pelo contrário, só bem.
Acho apenas que a exposição da sua debilidade [mental] é, antes de mais, muitíssimo pouco digna. Pouco digna para ele, e miserável para a [esquerda portuguesa]. É só isto. [O Nuno Sousa que se deixe de merdas mediáticas] e sofra a decrepitude e decadência [da sua cabeça e das suas ideias] longe dos olhares do mundo. É mais digno. Tem direito a isso.
Os vizinhos do lado
Pelo comentário ao post de baixo dei de caras com a_vizinha. Corre a ideia que na blogosfera se escreve muito bem. É verdade. E aí está a prova que os vizinhos não servem só para emprestar raminhos de salsa!
A anti-União Nacional da III República
A Assembleia da República é, depois das eleições de dia 20 de Fevereiro, a câmara de um partido único com diversas sensibilidades, ao qual resistem, fora do partido, raríssimas excepções. Este partido único unifica Marxistas-Leninistas (que, pasme-se, defendem o aumento do consumo como motor da economia, segundo nos fez saber a Odete Santos), Leninistas-Marxistas (as guerras que esta diferença já provocou em Portugal…), Trotskistas (mas isso agora já não interessa nada, como o Miguel Portas nos fez, também, saber), Socialistas (da ala esquerda do PS), Sociais-Democratas (do PS), Sociais-Democratas do centro esquerda (do PSD) e Sociais-Democratas portugueses (do PSD).
Algumas fontes:
- O Nortista, Anti-Elitista e Anti-Liberal de centro-esquerda
- A oposição de esquerda dentro do PS
- Os da Internacional
- O saco de gatos
Conservadores e Liberais de todo o país, uni-vos!
Duplicidades
A Maria, que era filha do Primeiro-Sargento Papoila, andava amancebada com o Tenente Vargas. Aquele que, aos fins-de-semana, voltava a casa de sua mãe, no Beco do Vigário para o mimo a que tinha direito. O que a Dona Júlia rejubilava, ao ver o “seu” belo moço, boina ao lado, bater as botas nas calçadas de Alfama, com as bombardas a brilhar ao sol de Lisboa. Maria Papoila, que vivi mais acima, junto às Escolas Gerais, essa, esperava o Vargas pela calada da noite, sem bombardas nem batimento de bota na calçada. Sapatilha de borracha e roupa de rufia era o fardamento para aqueles “ataques”. Os únicos “ataques”, sejamos claros, que a sua vida de militar, no exército português, permitia: a bela cama, agora oleada – porque dantes rangia –, da doce Maria.