terça-feira, março 01, 2005

Duplicidades
A Maria, que era filha do Primeiro-Sargento Papoila, andava amancebada com o Tenente Vargas. Aquele que, aos fins-de-semana, voltava a casa de sua mãe, no Beco do Vigário para o mimo a que tinha direito. O que a Dona Júlia rejubilava, ao ver o “seu” belo moço, boina ao lado, bater as botas nas calçadas de Alfama, com as bombardas a brilhar ao sol de Lisboa. Maria Papoila, que vivi mais acima, junto às Escolas Gerais, essa, esperava o Vargas pela calada da noite, sem bombardas nem batimento de bota na calçada. Sapatilha de borracha e roupa de rufia era o fardamento para aqueles “ataques”. Os únicos “ataques”, sejamos claros, que a sua vida de militar, no exército português, permitia: a bela cama, agora oleada – porque dantes rangia –, da doce Maria.