quarta-feira, novembro 16, 2005

Portugal, o país narcísico.
Não há nada neste país mais importante que a imagem. Cada notícia nova – a queda de uma ponte, os flagelo dos incêndios, a descoordenação dos serviços, a negligência hospitalar, os rankings, a falta de água, a derrapagem orçamental, o deficit, a maior árvore de natal da Europa, o maior presépio de chocolate do mundo, a competitividade da Liga, a qualidade do ensino, a organização de um evento internacional, enfim, tudo! – traz, consigo, uma eterna questão: o que é que os outros pensam de nós? O que preocupa Portugal não é tanto o que Portugal é, mas o que Portugal, aos olhos dos outros, parece! O desemprego, governo após governo, foi sempre alvo de uma cosmética de conveniência, para que, aos olhos de quem vê, nunca fosse a precariedade e a falta de competências que saltassem à vista, mas uma taxa controlada (a custos elevadíssimos e com grande ginástica de um Instituto perito em servir o poder político: o IEFP) e jeitosinha para pôr ao lado das dos outros. Aqui, na Educação, é igual… vamos, parece, ter uma taxa de insucesso escolar mais baixinha!