O Sol parece querer fugir às nuvens... [post intimista]
EpiCurtas
«O prazer é o principio e o fim de uma vida feliz.» Epicurus
segunda-feira, junho 27, 2005
sexta-feira, junho 24, 2005
Qual história, pá?!
Oh, Anarca, não percebeste bem! Eu ontem fui ver a Angelina Jolie. História? Mas qual história? Eu repito, no que diz respeito à forma, o filme é Excelente!
IBERISMO
João Miranda, no Blasfémias, fala do mercado ibérico de comunicação social, apresentando algumas ideias que reforçam a utilidade económica do Iberismo.
Vejamos outras:
(i) os horários profissionais que contemplam essa necessidade básica para qualquer homem do sul, que é a siesta;
(ii) a tourada à espanhola que muito mais brava que a portuguesa;
(iii) as tapas;
(iv) os tabacos das Caraíbas que, pela Tabacalera, chegam mais baratos aos consumidores;
(v) os impostos;
(vi) a qualidade dos serviços;
(vii) os voos regionais para as Canárias e Baleares a preços muito mais baixos;
(viii) as espanholas;
(…)
Mr. & Mrs. Smith, o conteúdo e a forma [crítica de cinema]
O conteúdo é inacreditável de tão inverosímil.
A forma, com a Angelina Jolie em sais curtas e justas com grandes rachas, com decotes generosíssimos, com os seios apertados em blusas de licra, com saltos altos, com fatos de vinil e com aqueles lábios? Excelente!
A não perder...
quinta-feira, junho 23, 2005
Eu que até sou um liberal...
…apesar de trabalhar, na maior parte do tempo, para o Estado (para gáudio pouco compreensível de alguns amigos, já que não vejo bem a incompatibilidade), reforço a expressão de espanto quando vejo reduzida à questão da “despesa” e da “receita” a discussão sobre os problemas do país. Rui Pena Pires é evidente que descontextualiza, nomeadamente porque omite a questão da qualidade dos serviços do Estado, mas apresenta dados interessantes para o debate. Pergunto: se o Serviço Nacional de Saúde não fosse uma vergonhosa e mal servida esmola para os portugueses com menos posses, se o Ensino não fosse uma vergonha, se, se, se, se… se os serviços públicos não fossem, genericamente, uma anedota de mau gosto, onde é que estaria o mal, pelo menos para a maior parte das consciência políticas nacionais, do peso do Estado?
É porque, entretanto, tenho aqui um instituto que regula mal um sector que o mercado regula melhor, tem custos de estrutura elevados por existir autonomamente e, neste instante, mesmo aqui ao lado, estão a trabalhar duas equipas exteriores à casa, uma de consultores e outra de auditores. Alegadamente esta trabalhando no sentido de fechar a loja e juntar os restos a um outro instituto, e aquela trabalhando no sentido de criar uma intranet para uma organização que aparentemente vai morrer...
Aqui ao lado...
- Tens que instanciar a connection no framework, percebes?! O nome do projecto vai entrar no mesmo space, desta forma.
- O problema é que eu não estou a conseguir visualizar isso... ainda não tive o feeling sobre a reacção oposta.
[juro que não estou a inventar!]
Aventuras e desventuras de um comprador de casa, #1
“Repare, esta casa tem duas cozinhas. E note que o lava-loiça desta aqui nunca foi usado!!!”
Apetece responder:
“Oh, meu amigo!!! Estou convencido!!! O que eu calcorreei esse Alentejo!!! As casas que eu vi!!! E era exactamente isto que eu procurava: uma casa com duas cozinhas, que tivesse pelo menos um lava-loiça que nunca tivesse sido utilizado! Temos negócio!”
quarta-feira, junho 22, 2005
A Terapia está cada vez melhor.
Excelente a série Dicionário de Economia e Gestão para candidatos à McKinsey. A não perder.
terça-feira, junho 21, 2005
Polémica CDS, resposta aberta ao Jorge Ferreira
Caro Jorge, antes de mais começar por dizer que o tipo de acusações que fazes ao CDS não me beliscam minimamente. Por variadíssimas razões, das quais realço duas. A primeira das quais é que já não estou no universo CDS há mais de 10 anos (saí da então JC ainda o Monteiro era presidente do partido). A segunda é porque se há gente que tem em relação ao CDS sentimentos de ambivalência eu faço parte dessa gente e portanto compreendo bem esse tipo de críticas e conheço bem algumas das histórias. Nota que faço esta chamada de atenção porque no que toca ao CDS as polémicas são, apesar da “indefinição ideológica” que sempre se anuncia, radicadas normalmente em questões pessoais – cada uma mais estéril que a outra. Mas, oh Jorge… eu ainda sou do tempo em que, para eleger o Manuel Monteiro, se corriam todas as capelinhas (capelas de facto e bares) para “sacar” procurações assinadas (ao tempo ainda valiam nas assembleias de freguesia) para eleger os delegados ao congresso que votariam em certos candidatos. E não foram poucos os delegados “monteiristas” que assim foram eleitos para vencer o congresso ao Basílio Horta.
Mas o que efectivamente me espanta é que não tenham, na NovaDemocracia, conseguido sarar todas as feridas abertas nos tempos em que ainda envergavam orgulhosamente a camisola azul amarela. E mais ainda porque do ponto de vista estratégico não vejo que bons frutos possa isso dar…
O arrastão afinal não aconteceu, persiste… é uma forma de estar!
O arrastão, o mega-arrastão ou o micro-arrastão (dependendo do ponto de vista, como já se percebeu) afinal não foi um acontecimento que ocorreu na praia de Carcavelos. É a política pública (e nisto, convenhamos o mal não é só do PS) de segurança, administração interna, inserção social, ordenamento do território e cidades, etc. Atenhamo-nos às questões de segurança. Notícia de arrastão, notícia de mais e melhor polícia nas praias. Notícia de assaltos nos comboios, notícia de mais e melhor polícia nos comboios. Tudo por reacção, nenhuma antecipação, nenhuma política consistente de prevenção, nenhuma acção directa às causas do fenómeno. Nada! Há mais de 10 anos, quando fui assaltado no comboio da linha de Cascais, também no Verão, também se noticiou a coisa e também se passou a ver, nos tempos imediatamente seguintes, mais e, aparentemente, melhor polícia na linha. Exactamente o mesmo filme. Exactamente o mesmo.
Post Scriptum – O trabalho de prevenção, que visa tirar os jovens da rua, que visa promover a sua inserção escolar e social, que visa dar condições de dignidade a quem mora em bairros como o 6 de Maio na Amadora, esse é feito por gente intermitentemente financiada pelo Estado, tantas vezes com condições de trabalho miseráveis, com vínculos contratuais precaríssimos e que, pasme-se, nunca se viu em manifestações ou greves!
A greve dos professores ou a cara e coroa de uma pequena injustiça sobre uma mor injustiça.
A CARA
Sou professor. Faz dez anos sou professor na Escola Primária de Tanacingo, Zac. Já tive muitos alunos nessa escola. Creio que sou um bom professor. Pelo menos julguei-o até que me saiu aquele Panchito Contreras. Não me ligava nenhum, nem aprendia nada, porque não queria. Nenhum dos castigos surtiu efeito. Nem morais, nem corporais. Olhava-me insolente. Roguei-lhe, pedi-lhe. Não tinha medo. O resto dos miúdos começaram a rir-se de mim. Perdi toda a autoridade, o sono, o apetite, até que um dia não pude aguentar, e para que servisse de exemplo enforquei-o na árvore do pateo.
Max AUB, Crimes Exemplares
A COROA
Sou aluno. Faz 9 anos que sou aluno. Já tive muitos professores. Creio que sou um bom aluno e que merecia da sua parte alguma consideração. Pelo menos até ter estudado arduamente, nestes dias de calor insuportável, para o exame e ter notado que quando lá cheguei para o fazer não havia professores para o fiscalizar. Não me ligaram nenhum, não pensaram em mim, porque numa guerra que não sei se têm razão ou não resolveram penalizar os inocentes. Não lhes vou bater, nem insultar. Também não lhes vou rogar ou pedir seja lá o que for. Vou simplesmente apontá-los na rua e dizer: “Eis, quem ali vai é um professor!”. Sei que é muito injusto para muitos deles, mas sentirão, não tenha a abjecção tomado, por completo, conta do seu ser, o anátema.
EpiCurtas [um post umbilical no seu verdadeiro sentido, parte 2 - alguns pontos em atraso]
1. O Aviz, que tendo nascido pouco depois do EpiCurtas, teve, no entanto, um papel importante na vida deste blog. E o Aviz fez anos (2!); por isso os merecidos parabéns, Francisco!
2. O Álvaro Cunhal morreu. E espantou-me o esforço despudorado de revisionismo histórico a que se assistiu. Encomendar paz à alma de um morto não obriga a esquecer os graves erros de uma vida e convinha mesmo que tal não acontecesse. É porque é de todo conveninente que sejamos capazes de aprender com a história...
EpiCurtas [um post umbilical no seu verdadeiro sentido]
O universo EpiCurtas está mais bonito, mais feliz, mais numeroso, muito mais rico e também muito mais ocupado. Se o Afonso está cada vez mais traquina, curioso, interactivo, engraçado, meigo e trabalhoso, a Carolina continua suave, tranquila e encantadora com os seus olhos negros, os seus lábios perfeitos e a sua pele inenarravelmente macia! A mãe deles, que é, naquele retrato de tranquilidade, uma força da natureza, reganha a energia que nós todos lhe "exigimos".
segunda-feira, junho 20, 2005
CAROLINA
8 de Junho.
Um encantador, quente e reconfortante raio de sol.
Post Scriptum - O EpiCurtas deu o estouro!
quinta-feira, junho 02, 2005
Referendo à Constituição Europeia, #2
[A directiva Bolkestein]
Não é pela directiva Bolkestein que votarei contra a Constituição Europeia. E este facto reveste de confrangedora vacuidade a acusação de que os eleitores do NÃO são "pequeninos", "corporativinhos", "nacionalistazinhos" e "avessos à mudança".
Referendo à Constituição Europeia, #1
["O Manel é meu namorado"; "E ele sabe?"; "Não sabe, mas isso não interessa."]
Há, para já, um argumento, bem simplório por sinal, mas com uma força incontornável, que convida ao NÃO: Porque é que se há-de aprovar um tratado constitucional e caminhar para a constituição de um estado europeu, se manifestamente há uma maioria significativa de europeus que não quer dar esse passo? Parece um regresso à idade da inocência... (o que, convenhamos, para os defensores do SIM, sempre tão lestos a mobilizar argumentos da real politik, não é propriamente coisa muito coerente.)