Eu que até sou um liberal...
…apesar de trabalhar, na maior parte do tempo, para o Estado (para gáudio pouco compreensível de alguns amigos, já que não vejo bem a incompatibilidade), reforço a expressão de espanto quando vejo reduzida à questão da “despesa” e da “receita” a discussão sobre os problemas do país. Rui Pena Pires é evidente que descontextualiza, nomeadamente porque omite a questão da qualidade dos serviços do Estado, mas apresenta dados interessantes para o debate. Pergunto: se o Serviço Nacional de Saúde não fosse uma vergonhosa e mal servida esmola para os portugueses com menos posses, se o Ensino não fosse uma vergonha, se, se, se, se… se os serviços públicos não fossem, genericamente, uma anedota de mau gosto, onde é que estaria o mal, pelo menos para a maior parte das consciência políticas nacionais, do peso do Estado?
É porque, entretanto, tenho aqui um instituto que regula mal um sector que o mercado regula melhor, tem custos de estrutura elevados por existir autonomamente e, neste instante, mesmo aqui ao lado, estão a trabalhar duas equipas exteriores à casa, uma de consultores e outra de auditores. Alegadamente esta trabalhando no sentido de fechar a loja e juntar os restos a um outro instituto, e aquela trabalhando no sentido de criar uma intranet para uma organização que aparentemente vai morrer...
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