O arrastão afinal não aconteceu, persiste… é uma forma de estar!
O arrastão, o mega-arrastão ou o micro-arrastão (dependendo do ponto de vista, como já se percebeu) afinal não foi um acontecimento que ocorreu na praia de Carcavelos. É a política pública (e nisto, convenhamos o mal não é só do PS) de segurança, administração interna, inserção social, ordenamento do território e cidades, etc. Atenhamo-nos às questões de segurança. Notícia de arrastão, notícia de mais e melhor polícia nas praias. Notícia de assaltos nos comboios, notícia de mais e melhor polícia nos comboios. Tudo por reacção, nenhuma antecipação, nenhuma política consistente de prevenção, nenhuma acção directa às causas do fenómeno. Nada! Há mais de 10 anos, quando fui assaltado no comboio da linha de Cascais, também no Verão, também se noticiou a coisa e também se passou a ver, nos tempos imediatamente seguintes, mais e, aparentemente, melhor polícia na linha. Exactamente o mesmo filme. Exactamente o mesmo.
Post Scriptum – O trabalho de prevenção, que visa tirar os jovens da rua, que visa promover a sua inserção escolar e social, que visa dar condições de dignidade a quem mora em bairros como o 6 de Maio na Amadora, esse é feito por gente intermitentemente financiada pelo Estado, tantas vezes com condições de trabalho miseráveis, com vínculos contratuais precaríssimos e que, pasme-se, nunca se viu em manifestações ou greves!
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