Noites à direita – Projecto Liberal [Notas avulsas]
1. A estoicidade e determinação do indivíduo que, a toda a alma que punha o pé dentro do Nicola, propunha “uma brochura contra o bloco de esquerda e também tenho aqui uma contra o cavaquismo” foi notável mas pouco proveitosa. Primeiro porque é escusado vender um argumentário contra “as actividades trotskistas nas sociedades contemporâneas”, uma vez que a palermice e a irresponsabilidade brotam de cada palavrinha que proferem. Depois porque num encontro de liberais ser-se “contra”, seja lá o que for, não é propriamente o que mais entusiasma a malta…
2. Foi com surpresa que vi tantos democratas-cristãos, nacionalistas, católicos, conservadores e monárquicos num encontro de liberais.
3. Voltando ainda à figura do ponto 1, o vendedor das brochuras. Entra um indiano a vender flores e ele, prontamente, lhe diz: “Isto aqui não é uma festa!”. Afinal,
parece que foi…4. Os senhores do CDS (aqueles senhores do CDS) não estariam equivocados?
5. Vicente Jorge Silva e o Miguel Coutinho fizeram um excelente favor ao Liberalismo português quando,
en passant abordaram a questão dos costumes e dos valores.
6. É claro que com aquela assistência, como seria de esperar e quando se falou nos costumes e nos valores, parte dela rezingou e outra, mais discreta, limitou-se a torcer o nariz.
7. Quando me preparava para perguntar “então como é em relação ao aborto, a eutanásia e as drogas?” a
Filipa Correia Pinto fez o favor de interpelar o Pires de Lima sobre o aborto. Ele não se saiu mal, mas uma vez mais fiquei com a impressão que “aqueles” liberais (alguns dos que estavam na assistência) não são bem liberais…
8. E tudo isto sem embargo de me parecer estéril a discussão que corre a blogosfera sobre o “meu liberalismo é maior que o teu”; mas se calhar faz sentido algum esclarecimento… é porque seria estranho que, ontem, pela porta do Nicola, entrasse o Fernando Rosas, o Rosa Coutinho ou o Mário Soares.
9. Pese embora não tenha ficado absolutamente convencido da iniciativa – em Setembro procurarei lá voltar – há alguns textos do
Bernardo Pires de Lima, do Henrique Raposo, do Rui Ramos, etc. que me parecem excelentes pontos de partida para uma conversa mais interessante.
10. [nota de rodapé] Será que o Miguel Matos Chaves acha que aquilo é uma extensão do CDS? Livra! Será que as guerrinhas fratricidas do CDS vão estar sempre presentes em qualquer coisa que se faça à direita?