Sulitânia e o epicurismo
Agora sim...
Estive, claro está, no almoço da Torre de Menagem que se realizou no Sábado, dia 18, no Sulitânia. E pensei, como os meus confrades da Torre e restantes convivas fizeram nos seus
blogs, em escrever aqui qualquer coisa. E podia tê-lo feito, não fora a malfadada avaria na RAM do portátil. Mas ainda bem que não foi possível, já que me permitiu uma segunda visita ao local. E, sem menosprezo da dita almoçarada, o prazer que me provocou a segunda visita à casa de comes-e-bebes foi mais apurado. Algumas condições mantiveram-se: o dia estava lindo e pleno de sol, no caminho foi possível observar alguma passarada, como o tartaranhão caçador (prazer que só atinjo, na plenitude, no Alentejo), a comida estava, como no Sábado, excelente, o almoço foi seguido de um
Quintero… Mas foi melhor: desde logo porque fui acompanhado pela família, que é outros dos superiores prazeres, mas depois porque tive o privilégio da companhia do Joaquim Pulga, à mesa, em torno de um charuto e a pretexto de uma amena e muito agradável conversa; a prova inequívoca que, mais que a ideologia que, neste caso, nos separa, é a estética que nos une.
O Joaquim Pulga conseguiu, no Sulitânia (a que auguro muito longa e boa vida), essa conciliação fantástica entre o sonho e a pragmática: criar um espaço de excepção, numa região de excepção, numa terra pequena (“porque se consegue fazer, nas terras pequenas, coisas tão boas – ou ainda melhores - como nas grandes”), onde à pureza da graça não foi retirado um milímetro e onde a gastronomia é cuidada como uma arte. O Sulitânia é mais um dos grandes prazeres do Sul.