quarta-feira, março 24, 2004

No teu poema

No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida

No teu poema
Existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E aberta uma varanda para o mundo

Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora d'Agonia e o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria

Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco a raiva e a luta
De quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte

No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem fala

No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano

Existe um rio
O canto em vozes juntas, vezes certas
Canção de uma só letra e um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas

Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco a raiva e a luta
De quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte

No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do mundo
Existe tudo mais que ainda me escapa
É um verso em branco à espera
Do futuro

José Luis Tinoco

MENOS AIS, MENOS AIS, MENOS AIS...
[esta letra parece que foi escrita a pensar no meu Sporting]

Está tudo pronto? Dá-lhe gás!

Três, dois, um, vai arrancar
uma espécie de hino em versão popular
sem essas coisas de mão no peito e ar pesado
Em 2004 o campeonato vai mudar o nosso fado
do coitado, do comido
Porque é que o país se queixa do que podia ter sido?
Mas nunca é. E a culpa nunca é nossa
é do árbitro, é do campo, é de quem nos deu uma coça.
Chega. Queremos mais, é um murro na mesa.
Um grito do Ipiranga em versão portuguesa.
Porque até hoje, quase marcámos, quase ganhámos, quase fizemos…
Mas porquê quase? …Passemos à próxima fase.

(Refrão)
Marca mais!
Corre mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!

O conceito é muito simples: não desistir.
Mas será que é chato aquilo que acabamos de pedir?
É chato agora, acreditem no que digo:
nós jogamos em casa e contamos com o Figo,
o Rui Costa, o Deco, o Simão e o Pauleta.
Razões para querermos muito mais que um lugar que não comprometa.
Será de mais pedir a taça?
Nada que um adepto com o mínimo de orgulho não faça.
Bonito, bonito, é dar o litro,
É não passar a vida a pôr culpas no gajo do apito.
Vá lá gritar noventa minutos, cento e vinte, o que for
do princípio ao fim, por favor.
Vamos lá, afinem-me essa voz
No fim, só ganha um… e temos que ser nós.

Marca mais!
Corre mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!

Joga mais!
Sua mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!

Nem custa tanto assim imaginar a vitória
no fundo, é só uma soma de momentos de glória.
Era bonito… Um abraço aqui, um abraço ali…
Abraço toda a gente, abraço quem nunca vi.
Vamos lá transformar isto numa grande festa
Sem pressão, Selecção, és a esperança que nos resta
Por isso, escuta: não te esqueças que a sorte protege os filhos da luta.
Não nos levem a mal a exigência
Mas p'a empates e derrotas não há grande paciência.
Queremos mais, muito mais, menos ais
Scolari, já vimos do que cê é capais.
Cê sabe que para ganhar é preciso ter fé.
E a bola no pé.

…querem mais?

Então vamos lá outra vez
Quem não salta, não é português
Sempre com o desejo de cantar na final
"levantai hoje de novo o esplendor de Portugal".
Tudo a postos,
vamos ter fé uma vez na vida
e acabar o europeu de cabeça e de taça erguida.
Se temos saudade, temos vontade, temos saúde, temos atitude
Se temos tudo, de que é que o português se queixa?
…Era esta a vossa deixa.

Marca mais!
Corre mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!

Joga mais!
Sua mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais

terça-feira, março 23, 2004

Beja e a Ovibeja. A cidade de Beja tem um ritmo ecológico. Evidente. Dolente. Em perfeita harmonia com a natureza. A Ovibeja é um marco importante desse ritmo. Um marco que anuncia o advento da Primavera. Dos dias quentes. Das esplanadas. Das noites fora de casa. Pela rua. No Luís da Rocha onde corre uma brisa canalizada. À porta de casa, num banco de madeira ou numa cadeira de praia. Por Fevereiro o programa da feira começa a correr e em Março a inevitável pergunta: “Vens à Ovibeja?”. Há quem marque férias nessa semana. A cidade agita-se. Orgulha-se. E dispõe-se a ser a anfitriã do país. A Ovibeja não é uma feira. A Ovibeja é a festa que celebra o equinócio. E só quem não é de Beja ou lá não viveu é que não sabe.

Ahmed Yassin. Confesso a minha simpatia pelo povo palestiniano, como de resto, pelo povo basco, pelo tibetano, pelo curdo, pelo timorense, e por todos os povos a quem a história, por uma ou outra razão, negou o direito a um território ou sonegou a possibilidade de viver em paz na sua terra. E serve para dizer também que o povo angolano, moçambicano, etc. estão no mesmo saco. Mais acresce que, normalmente, a mim de espírito simples, leva-me, também, a não ter grande simpatia por Estados que, de uma ou outra forma, contribuem para estas situações, daí que não morra de amores por Estados como o Israelita, o Turco, o Iraquiano, o Chinês, o Indonésio, etc. e que me incomode muito com as hipocrisias dos Estados do “nosso lado” do mundo, como o nosso, o Francês, o Norte Americano, etc. Isto, claro está, é bem diferente de ter simpatia por manifestações terroristas de defesa dessas causas, de quem, manifestamente, gosto menos. E, o que é que querem? A morte do líder do Hamas não me faz lamentar um segundo, hoje, o acto do Estado Israelita – nem um segundo … É que terrorismo de Estado, para mim, é ver soldados a dispararem sobre civis, e ver civis a cobrirem com o seu corpo o frágil corpo dos seus filhos, das rajadas dos soldados. Agora a morte de Ahmed Yassin? Ahmed Yassin era um facínora, um assassino. E as suas acções, sem honra - e fica aqui um grande pedido de perdão aos militares pela torpe comparação...-, perfeitamente enquadráveis na de um muito peculiar chefe militar. Foi uma baixa de guerra. Nada a lamentar. Nada mesmo... Aliás... há que tempos que o gajo já cá não devia estar. O mundo, hoje, está melhor.

segunda-feira, março 22, 2004

Belgais, intelectuais e outros que tais...
É raro estar em desacordo com o FJV, mas desta feita, ainda que compreenda bem a sua ira e subscreva os seus ataques, não posso concordar com a sua defesa. A mim nem me escandaliza grandemente que o estado financie projectos culturais e educativos privados, sobretudo até que estes alcancem o break-even - que deverão ter, ou procurar ter... -, agora financiar durante 18 anos um projecto, por mais meritório que seja, em clara inequidade com outros locais do país onde "figuras" públicas não se disponibilizem intervir é que me parece abusivo... É porque eu vi escolas votadas ao abandono em Alfundão, nas Olhas, e outras freguesias rurais do Alentejo rural e não creio que as criancinhas de Belgais mereçam um tratamento especial face a todos os putos de montes isolados do sul do país só porque nenhum intelectual de esquerda - e há lá tantos... - tenha tido a iniciativa da pianista. Em suma, porque há-de o estado, por via dos impostos, admitir que haja criancinhas, que sejam mais bem tratadas que outras?

Esquerdices?!!! Ou apenas provocações indecorosas?

[parece que o Anarca, com quem também uso concordar, também partilha a opinião do FJV...]

Civilidades. Já aqui falei do triste acontecimento que pôs termo à vida de um adepto sportinguista numa final de Taça de Portugal e da forma vergonhosa como a Federação Portuguesa de Futebol se comportou e de como o jogo, depois do malogrado Mendes ter jorrado sangue e morrido na bancada, continuou. Aqui está um exemplo de uma forma de actuar bem diferente…

Black Out. Sobre o fim-de-semana desportivo, nada a dizer! Apenas o link para o blog de um clube de Vila do Conde

sexta-feira, março 19, 2004

Prémio O sol (que escurece a pele) faz mal à saúde.
O juiz espanhol Juan del Olmo decidiu manter em prisão os três marroquinos e os dois indianos detidos no sábado passado por suspeitas de envolvimento nos atentados de Madrid.

Prémio Quem não tem cão caça com gato
Segundo Filomena Marques, a "técnica" que o executivo camarário vai usar para tentar acabar com o consumo é a da "saturação": ao não ser permitido o tráfico "os consumidores começam a ficar saturados e aceitam entrar para o tratamento". Claro, pá!!! Como é que ainda ninguém se havia lembrado disto?!! Os gajos ficam tão "saturados" da falta de produto que resolvem tratar-se... Assim!!! Sem mais!!!!

DIA DO PAI. Hoje é o meu primeiro Dia do Pai!!!

Prémio Pimenta Machado “O que hoje é verdade, amanhã é mentira”
«The most important thing is for us to find Osama Bin Laden. It is our number one priority and we will not rest until we find him.» George W. Bush, September 13th, 2001
«I don’t know where he is. I have no idea and I really don’t care. It’s not that important. It’s not our priority.» George W. Bush, March 13th, 2002.

quarta-feira, março 10, 2004

PARABÉNS, PORTO!!!!!
Se é verdade que o futebol do FCPorto não me entusiasma, a garra, a abnegação e o desassombro com que enfrentam cada novo desafio fazem-me corrar de vergonha quando comparados com as patéticas desculpas, auto-comiserações e tristes contentamentos de alguns dirigentes, jogadores e adeptos do meu clube. Ontem, por mais que tentasse evitar e por mais que isso me irrite, fui também, um bocadinho, do FCPorto!!! [e sobre isto estamos TÃO conversados que não quero mais conversa!!!!Arrggghhh!!!]

segunda-feira, março 01, 2004

Tem-te, Maria não caias! Parece que está de novo activo...