terça-feira, março 23, 2004

Ahmed Yassin. Confesso a minha simpatia pelo povo palestiniano, como de resto, pelo povo basco, pelo tibetano, pelo curdo, pelo timorense, e por todos os povos a quem a história, por uma ou outra razão, negou o direito a um território ou sonegou a possibilidade de viver em paz na sua terra. E serve para dizer também que o povo angolano, moçambicano, etc. estão no mesmo saco. Mais acresce que, normalmente, a mim de espírito simples, leva-me, também, a não ter grande simpatia por Estados que, de uma ou outra forma, contribuem para estas situações, daí que não morra de amores por Estados como o Israelita, o Turco, o Iraquiano, o Chinês, o Indonésio, etc. e que me incomode muito com as hipocrisias dos Estados do “nosso lado” do mundo, como o nosso, o Francês, o Norte Americano, etc. Isto, claro está, é bem diferente de ter simpatia por manifestações terroristas de defesa dessas causas, de quem, manifestamente, gosto menos. E, o que é que querem? A morte do líder do Hamas não me faz lamentar um segundo, hoje, o acto do Estado Israelita – nem um segundo … É que terrorismo de Estado, para mim, é ver soldados a dispararem sobre civis, e ver civis a cobrirem com o seu corpo o frágil corpo dos seus filhos, das rajadas dos soldados. Agora a morte de Ahmed Yassin? Ahmed Yassin era um facínora, um assassino. E as suas acções, sem honra - e fica aqui um grande pedido de perdão aos militares pela torpe comparação...-, perfeitamente enquadráveis na de um muito peculiar chefe militar. Foi uma baixa de guerra. Nada a lamentar. Nada mesmo... Aliás... há que tempos que o gajo já cá não devia estar. O mundo, hoje, está melhor.