Um partido de senhoritos. José Pacheco Pereira publicou no seu Veritas Filia Temporis um texto onde, em 1994, desancou, forte e feio, no CDS de Monteiro. Para uma melhor compreensão do texto – de resto tão esclarecedor sobre o que JPP pensa de Monteiro que quase não precisa mais auxílios – vale a imagem que Alexandre Babo, ao escrever sobre a Lisboa de 30 nos dá dos “senhoritos” (texto que, curiosamente, figura no primeiro volume da biografia política de Cunhal escrita pelo mesmo JPP). Alexandre Babo fala-nos de “senhoritos” que param à porta da Havaneza, mascam charutos cubanos, usam chapéu à toureiro, mostram o anel brasonado e exibem a sua ociosidade e jactância. Esta imagem – numa sociedade de imagens – é tão forte que dispensa mais aditamentos. Para JPP, o CDS de Monteiro (em 1994), como o PP de Portas (em 2004), são partidos de gente petulante, convencida que a nobreza lhes vem do berço e não do carácter, meio marialva e fútil. A acusação velada é forte, é injusta – porque geral – para alguns dos que lá estiveram e para alguns que por lá ainda estão, mas é cruelmente certeira para tantos! Mas eles não sabem disso… e é por isso que odeiam Pacheco Pereira! É que para lá de “senhoritos” são cegos como morcegos. Ou teimosamente cegos: a pior de todas as cegueiras.
EpiCurtas
«O prazer é o principio e o fim de uma vida feliz.» Epicurus
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