quinta-feira, julho 22, 2004

Deus escreve direito por linhas tortas Ricardo Fernandes é um jogador de futebol. Não é muito conhecido, porque também não é muito bom; é, como se costuma dizer, jeitoso... Era jogador do Sporting e, no negócio que trouxe Clayton para Alvalade, transferiu-se para as Antas. Ao contrário do que se passou com Clayton, Ricardo Fernandes resolveu, na linha de discurso feudal que caracteriza tanta e tanta gente naquele clube, achincalhar o Sporting – como o canalha do Palhaço Anão já o havia feito para agradar 6 milhões de portugueses –, com comparações muito pouco dignas, procurando um lugar na devoção tripeira. Mas o que Ricardo Fernandes se esqueceu é que a verdadeira devoção tripeira é dedicada aos jogadores que mostram em campo aquilo que dizem cá fora. Ricardo Fernandes não podia mostrar, porque é um jogador jeitoso. Com potencial… mas jeitoso. Foi por isso que não ficou no Sporting, e não pelo mau carácter que mostrou mais tarde quando chegou ao Porto (já que isso não se lhe adivinhava…); e ainda bem que não ficou. O irónico é que – com todo o respeito, e pesar…, pela Académica – Ricardo Fernandes não ficou nas Antas e ruma, este ano, a Coimbra para jogar pela Briosa. É caso para dizer: “Deus escreve direito por linhas tortas.”