sexta-feira, setembro 12, 2003

O meu silêncio no 11 de Setembro O meu silêncio no 11 de Setembro e sobre os 11 de Setembro foi ostensivo. Foi um silêncio para todos os revisionistas. Para todos os maniqueístas. Para todos os ritualistas. Para todos os que têm memória curta e/ou selectiva para coisas tão importantes como a Vida humana e a Liberdade. Foi um silêncio para todos os fanáticos que só conseguem ver as coisas a preto e branco. Os de esquerda e os de direita. Para todos aqueles que “só” acham Bush um facínora. Para todos aqueles que “só” vêem o mal, e todo o mal, no mundo islâmico. Para todos aqueles para quem a ditadura do Pinochet é uma coisa menor ou incomparável menor que o atentado em NY. Para todos aqueles que ostensivamente “minoram” as vítimas inocentes do Afeganistão e do Iraque. Para todos aqueles que lamentando as vítimas do WTC até acham que foi uma lição merecida para os EU. Para todos os que consideram a ameaça terrorista externa ao mundo ocidental a grande - a única... - ameaça dos dias de hoje e se esquecem, recorrentemente, de Okclahoma, Waco ou Colombine – perigosas ameaças dentro do Império. Para todos os que condenam Pinochet e se esquecem sempre que Allende não era um democrata. Para todos aqueles que fazem contabilidade com as vidas humanas. Para todos aqueles que têm todas as certezas. O meu silêncio no 11 de Setembro foi o silêncio de quem não tem certezas nenhumas. De quem não tem nada inteligente para dizer. Foi o silêncio de respeito pelos mortos.