Furtwangler e Riefenstahl. Não são casos exactamente iguais, mas têm pontos de contacto que permitem um debate interessante. A obra dela serviu, directamente, para glorificar o Reich. O talento dele serviu, indirectamente, para o alegrar. A ambos foram conhecidas ligações a figuras destacadas do NSDAP. A ambos, em sua defesa, atribuídos “desconhecimentos” do que, realmente, se passava na Alemanha Nazi. Ambos podiam ter optado pela Resistência. Ambos podiam ter optado pelo exílio. Dietrich fê-lo. Ambos alegaram o amor à sua arte. É o amor à arte compatível com o olhar comprometido com a barbárie? É separável o artista da pessoa? Saberemos, com exactidão, o que cada um deles sentiu, sabia ou pensou? Eu cá acho-os geniais. Quanto a Leni Riefenstahl, a obstinação com que se entregou à sua arte, a constância que foi capaz de manter, a força, a coragem e a determinação com que viveu (foi bailarina, actriz, cineasta, fotógrafa) fizeram dela uma mulher de excepção. Quanto a sua obra… genial! E com todas as dúvidas sobre as opções políticas e humanas que terá tomado… brrrrrrr… fica um arrepio na espinha e uma dúvida de árdua deglutição…
EpiCurtas
«O prazer é o principio e o fim de uma vida feliz.» Epicurus
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