segunda-feira, março 06, 2006

Por falar em Ruralidade, 2
“Será que o conceito rural e urbano ainda fazem sentido?”, pergunta Carlos Arinto na caixa de comentários. Rural e Urbano são conceitos sociológicos, mas, como em praticamente tudo na Sociologia, a proximidade transforma os conceitos em barricadas de valor, onde por detrás de cada uma delas se arregimentam, doridos das suas dores e condoídos com o mal dos “seus”, os mais aguerridos exércitos da opinião e os mais violentos generais do life style. Caro Carlos, como o Fernando Rogério lhe respondeu, tudo o que assaca ao “Rural” pode encontrar na cidade. Mas, mais uma vez, e como referi no meu primeiro post sobre o tema, estamos a confundir as coisas. Estamos a confundir Cidade com Urbano e Campo – ou como lhe chama, “Província” – com Rural. No fundo estamos a confundir espaços físicos com tipologias sociais de vida. É que ao contrário da Cidade e do Campo, o Rural e o Urbano não são territórios, mas formas de vida social. Clarifiquemos, então, porque tenho estado a falar do tema sem, contudo, tornar claro o meu ponto. O que, no meu entender, caracteriza a Urbanidade é, por um lado, a mobilidade, e por outro a dimensão e a intensidade das conexões – notem que não falo em qualidade, mas em quantidade. A Ruralidade, por seu turno, é caracterizada pelo imobilismo e pela diminuta dimensão e baixa intensidade das conexões.
Parece pouco?

Numa coisa o Carlos parece ter razão: diz o Carlos que na Ruralidade “nem acreditar que se pode melhor” pode.

(Se a polémica e a discussão o justificarem, ainda cá voltaremos…)

1 Comments:

At 9:27 da tarde, Blogger Fernando Rola said...

Embora concordando com o esclarecimento, é para mim óbvio que a importância do tema (e eu acho-o muito interessante) deriva da qualidade de vida num e noutro caso. E de estilos, claro

 

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