Os admiráveis mundos da autopoiética
Trabalho, como actividade que me ocupa a maior parte do tempo, para o Estado. E tenho estado, no último mês, a escrever o que espero venha a ser considerada, por um painel de doutas criaturas, uma tese de mestrado. Vivo, nestes penosos dias de Inverno, um profundo desconforto, enquanto a crescente revelação da minha inapelável estupidez me fustiga o espirito. Compreendo na perfeição os mecanismos de ambos os espaços (a Administração Pública e a Universidade), mas não consigo, não consigo mesmo (can not, not may not!) jogar as regras de nenhum deles. É como ver a Matrix e não saber o que fazer com ela. É o tipo de inépcia que, a longo curso, transforma um frustrado num eterno "crítico", bastando para tal que burile umas gongóricas explicações para a incompetência dos outros, evitando a todo o custo exibir a sua própria. E eu não gostava nada de me ver assim ao espelho. Ser-se "cidadão" do admirável mundo novo é triste, mas ser-se "selvagem", parece-me, francamente mais triste. Porque a ira e a frustração corroem de uma maneira mais activa que a imbecilidade.
3 Comments:
ah sim?!
Força, PGS, para acabar isso, e bem. As pressas não são boas conselheiras e muito menos fazer o acessório sem nos enriquecermos enquanto pessoas.
Um mestrado, doutoramento ou um qualquer estudo que conduza a uma tese deve, antes do mais, ser altamente gratificante em termos pessoais.
Um abraço
Tenho o palpite de que isso vai acabar por correr tudo bem. Aposto.
Um abraço,
Francisco Nunes
Enviar um comentário
<< Home