quarta-feira, janeiro 14, 2004

Lisboa. Acordo pelas 7 da manhã e de pronto ponho o nariz fora de casa. Sinto o cheiro a café torrado que invade a Lisboa velha. Exactamente o mesmo cheiro que há 30 anos no Beco do Vigário, em Alfama, se sentia pela mesma hora. É verdade que a leitaria que ficava em frente foi substituída pelo moderno snack-bar e mais recentemente pelo café/pastelaria… é verdade que a minha avó já por cá não está… mas o cheiro ainda se sente em Lisboa. Faz-me sorrir e é também por isso que amo esta cidade. A cidade onde os de fora se encantam com a luz. Mas eu, se um dia acordasse cego – longe vá o agoiro… -, seria pelo cheiro que me saberia em Lisboa.