Alentejo. Não sou alentejano. Mas amo o Alentejo. E não o faço com o distanciamento urbano, que acha pitoresco o Domingo ao sul. Amo o Alentejo pelo que é. Verdadeiramente. Pelas suas cores, pelos seus sabores, pelos seus cheiros, pelas suas gentes, pela sua dolência e irreverência. E sei do que falo. E falo do Alentejo mais distante. Do Baixo-Alentejo. Do Alentejo Interior. Do Alentejo quente, no Verão, como o forno do pão no Inverno. Do Alentejo frio, no Inverno, como o gaspacho no Verão. Falo do Alentejo desprezado pelo poder político. Abandonado pela comunicação social. Usado pela urbanidade chique. Do Alentejo de Barrancos – uma vez mais olvidado, como durante séculos, agora que a tensão já não se sobrepõe à tradição.
EpiCurtas
«O prazer é o principio e o fim de uma vida feliz.» Epicurus
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