Feira do Livro.
“Olha! Aquele não é escritor?!”
“Uau… é mesmo!”
“Como é que ele se chama?”
“Sobre o que conversarão?”
Duas hipóteses: (i) ou a deslocação dos escritores à feira do livro é com o intuito de permitir a troca de impressões sobre as coisas que escrevem, (ii) ou é mais uma manifestação pateta de nossa desnatada nata.
(i) no primeiro caso era preciso que as pessoas os tivessem lido para com eles poderem falar do que escreveram… e ou os milhares de pessoas que passam pela feira do livro são “os tais” que lêem o “meio livro” por ano que as estatísticas revelam, ou a maior parte vai lá comprar lombadas a metro para, na cultura do mais vale parecer que ser, garantir o estatuto junto dos que o visitam, graças ao inaudito mas sempre presente: “a quantidade de livros que ele tem…!!!!”.
(ii) no segundo caso… bem, no segundo caso, esta cultura de aquário dos famosos é tão palerma, que mais vale dar uma saltada à Assírio e Alvim do King, deserta por estes dias, esquecer a feira do livro, esquecer o big brother, e armar em arrogante dispensado de vociferar contra esta mediocridade reinante.
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