A imagem de Portugal II
Portugal vive de aparências. Ao menor descuido, à mais pequena falha, a qualquer tentativa de ousar, Portugal pensa “o que é que os outros pensam de nós?”
Portugal tem, hoje, a capacidade da organização dos grandes eventos e da construção das grandes obras: a EXPO98, o EURO2004, a Ponte Vasco da Gama, os estádios do Euro. Portugal tem, hoje, a capacidade de se exibir, com representação sua, ao mais alto nível num sem número de áreas da vida: no futebol com Figo ou com o FCPorto, na música com Mariza ou os Madredeus, na ciência com Damásio ou Mangueijo, na arquitectura com Siza, na literatura com Saramago, na pintura com Paula Rego e tantos outros nestas áreas e noutras… Portugal tem, hoje, a capacidade de exportar políticos para lugares como a Presidência da Comissão Europeia (José Barroso) ou a Vice-Presidência do Parlamento Europeu (José Pacheco Pereira). E tudo isto inimaginável há 30 anos! Portugal tem mais: tem a franca entrega no contacto com os outros, o mais fantástico clima europeu, a melhor gastronomia, alguns dos melhores vinhos.
É evidente que tudo isto, como as moedas, tem outra face… O esbanjamento de dinheiro em obras menos prioritárias, sistemas públicos a carecerem, há muitos anos, de reformas, uma academia mesquinha, incompetente e ensimesmada, os “sistemas” do futebol, da política autárquica e dos caciquismos partidários, o racismo encapotado, o preconceito, a falta de brio no trabalho…
Mas é assim a vida!
Os ingleses não têm os hooligans? Os norte-americanos não têm a política externa? Os espanhóis e italianos não se têm a si memos? (esta foi a brincar…)
Temos que parar a procrastinação nacional e passar a viver a vida sem pensar, a toda a hora, no que é que os outros pensam de nós!
PORTUGAL!!!
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