domingo, julho 27, 2003

O Enigma de Zulmira. Li este fim-de-semana o livro do Vasco Graça Moura; lembrei-me de uma conversa que lhe ouvi, com Carlos Vaz Marques. Desiludido pela expectativa que criei, deixo aqui uma breve critica ao que li.


Ouvi-lhe dizer um dia – ao autor
claro está – que a forma era
sem dúvida, o que mais lhe ocupava
na análise do escritor.
Surpresa grande senti, quando
sempre imaginei, que o que marcava
a obra de génio era mesmo o seu teor.
A história da Zulmira felina,
figura de grande enigma,
a prova trouxe até nós.
Perde-se uma história sibilina,
para ganhar-se emaranhado de nós
temporais e imaginativos, mas tão insuficiente…
Talvez para fugir ao estigma
o Vasco desenhou a forma,
mas uma forma pouco valente.

Perdeu-se o teor que lhe antevi,
Do ré mi fá sol lá si.