quinta-feira, junho 26, 2003

Miguel Sousa Tavares. Nutro pelo MST um sentimento ambivalente. Uma ambivalência que oscila entre a admiração pelo desassombro e radicalidade que emprega na defesa das suas intervenções públicas, pela concordância com algumas delas e pela ira motivada pela cegueira facciosa que tantas vezes lhe tolda o olhar – confesso que, nestes casos, normalmente, por irremediável discordância… Mas o romance, recentemente publicado, Equador é uma obra de génio. Pela intriga política, pelo retrato social e histórico, pelos conflitos interiores, pelos amores e amizades, pelo erotismo e pelo sexo, pelo ódio, pelo respeito, pelo pormenor, pela estrutura narrativa, por tudo. Para ler de um só fôlego. Esta semana, entre as coisas irremediavelmente inadiáveis a que tive que comparecer, sorvi, viciosamente, a história de Luís Bernardo Valença. Parabéns, Miguel!